Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Gesgrup espera crescer 30% este ano em Portugal
Empresa faturou 4 milhões de euros no ano passado e está a reforçar as equipas, contando recrutar mais 120 pessoas até ao final do ano.
A Gesgrup está em Portugal há seis anos, o tempo suficiente para ver o negócio crescer e perceber que tem mercado na área do outsourcing logístico, isto é, trata da logística nas instalações do cliente, desde a receção de mercadorias, preparação, etiquetagem, embalamento, expedição, e carga e descarga de mercadorias e contentores.
A empresa, do grupo espanhol Constant, faturou quatro milhões de euros no ano passado em Portugal, um valor que compara com os 40 milhões de euros alcançados pela marca em Espanha. Isto é, a atividade em território nacional representa 10% da Gesgrup Espanha. Este ano, a operadora espera “um crescimento de cerca de 30%” no mercado português, segundo antecipou Andrea Nunes, country general manager (diretora-geral) do grupo Constant, ao Dinheiro Vivo.
A gestora acredita na linha de crescimento da marca, apesar de admitir que, em Portugal, “ao contrário da mentalidade e estratégia espanhola, e de outros países”, o serviço que a empresa presta “ainda não é reconhecido como essencial”, uma situação que Andrea Nunes atribui à influência da “cultura de internalização total dos processos, mesmo em atividades secundárias”, que considera haver do lado de cá da fronteira.
Considerada “estratégica” para o grupo Constant em termos ibéricos, a Gesgrup tem beneficiado do apoio da casa-mãe em Portugal que, além da sede em Lisboa, dispõe de escritórios em Vila Franca de Xira, Marinha Grande, Águeda, Porto e Viana do Castelo.
Por outro lado, “parcerias com insígnias fortes”, que não quis identificar, “têm permitido desenvolver o negócio de forma robusta e com garantia de valor acrescentado”.
A dinâmica alcançada, acrescida de “um investimento tecnológico corporativo” cujo valor também não revelou, são ferramentas que Andrea
“O mercado de trabalho em Portugal, com taxas de desemprego abaixo dos 6%, têm dificultado a retenção de talento.”
—ANDREA NUNES Country general manager
Nunes aponta para alcançar o objetivo de “reforçar o posicionamento no mercado ibérico”.
Para cumprir esse desígnio, a gestora revela que a empresa começou o ano a reforçar as equipas com mais 50 novos trabalhadores na área do embalamento e etiquetagem, que se juntaram aos 300 que a operadora já tem em Portugal. No entanto, a meta é “terminar o ano com, pelo menos, mais 120 colaboradores”.
Aliás, o mercado laboral é um dos constrangimentos que identifica no contexto da economia portuguesa, onde “as taxas de desemprego abaixo dos 6% têm dificultado a retenção de talento”. Para contrariar essa situação, Andrea Nunes descreve o que têm feito: “Focamos as nossas chefias no desenvolvimento do potencial e na dotação das diversas equipas de projeto de futuros líderes. Mais de 80% das nossas chefias evoluíram de funções menos especializadas. Focamo-nos absolutamente na progressão de carreira das nossas equipas.”
A globalização e os sistemas flexíveis de compras rápidas e online tornaram os processos logísticos mais complexos, diz a gestora, admitindo que a atividade se tornou “um desafio diário”, que só um “melhor planeamento” das necessidades diárias, semanais e mensais será a “chave para garantir uma resposta de qualidade”.