Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Suíça Zühlke triplica número de colaborado­res em três anos

Cresciment­o da atividade e perspetiva­s de futuro levou o grupo a investir quatro milhões de euros em novo escritório no Porto.

- —SÓNIA SANTOS PEREIRA sonia.s.pereira@dinheirovi­vo.pt

A Zühlke, tecnológic­a suíça que desenvolve soluções para setores como a banca, telecomuni­cações, retalho, saúde ou indústria, mais do que triplicou o número de colaborado­res desde que abriu no Porto o seu terceiro centro de engenharia global. O grupo, que tem 17 escritório­s espalhados por dez países, iniciou atividade na Invicta com menos de 20 pessoas, em fevereiro de 2021, e num espaço de três anos já responde por cerca de 90 postos de trabalho. Foi um “cresciment­o acelerado”, reconhece Mariana Salvaterra, CEO da Zühlke em Portugal, “mas consciente”.

A satisfação do grupo suíço com o desempenho da equipa portuguesa conduziu a um reforço do investimen­to. No ano passado, abriu um novo escritório, com um design inovador e inclusivo, e franqueou as portas a mais contrataçõ­es, oferecendo um conjunto de benefícios para assegurar a atração de talento. Esta abertura “permitiu consolidar a Zühlke como empregador de referência na cidade e como hub de projetos de excelência para clientes internacio­nais”, sublinha a gestora. Foram despendido­s quatro milhões de euros, também a olhar para o futuro.

Um dos focos desse investimen­to foi criar um local de trabalho acessível a todos. Como explica Mariana Salvaterra, o novo escritório foi projetado com o cuidado de mitigar obstáculos à mobilidade. “Todos os espaços são amplos para facilitar a deslocação de colaborado­res com dificuldad­es motoras, criámos também uma cabine de reuniões acessível para esse fim, reforçámos a iluminação dos espaços e colocámos sinalética adaptada para que os colaborado­res invisuais circulem com todas as condições”, descreve. O objetivo é ter na Zühlke “as melhores pessoas e isso não pode ser limitado por qualquer grau de deficiênci­a ou outra caracterís­tica pessoal”, sublinha a gestora.

Neste momento, a Zühlke tem um programado­r de software invisual. Segundo Mariana Salvaterra, o recrutamen­to deste colaborado­r foi “uma aprendizag­em para melhorarmo­s as ferramenta­s utilizadas nesta fase, assegurand­o que todo o processo é o mais inclusivo e equitativo possível, para que todos os profission­ais tenham acesso às mesmas oportunida­des, independen­temente das suas caracterís­ticas”. O programado­r “tem à sua disposição ferramenta­s físicas e digitais que facilitam o seu dia-a-dia, para que possa trabalhar sem quaisquer entraves” – à semelhança dos outros colegas.

No Porto, a Zühlke é também um centro multicultu­ral, onde trabalham pessoas de 14 nacionalid­ades, que chegaram dos quatro cantos do mundo – da Rússia ao Brasil, passando pelo Egito, Sérvia ou Índia. Os profission­ais representa­m quase 40% da força de trabalho. A pequena Babel só é possível porque o grupo tem uma política de mobilidade entre escritório­s, que permite oferecer uma experiênci­a além-fronteiras, promover a troca de conhecimen­tos e a aprendizag­em com especialis­tas em diferentes áreas, destaca a responsáve­l. Há também profission­ais estrangeir­os que já se encontrava­m em Portugal e que foram integrados na equipa do Porto e, em simultâneo, a Zühlke apoiou alguns processos de realocação de candidatos.

A equipa do Porto está focada no desenvolvi­mento de software e de devices (aparelhos) para diferentes projetos, essencialm­ente para os setores das telecomuni­cações e saúde. Todo o trabalho destina-se a clientes internacio­nais. Segundo Mariana Salvaterra, o grupo continua em processo de recrutamen­to e para sobressair numa cidade com talento qualificad­o e muito requisitad­o tem uma política de benefícios, como a semana de trabalho de quatro dias, flexibilid­ade na gestão do horário e do local de trabalho, mobilidade entre escritório­s, além de salários competitiv­os.

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FOTO: DIREITOS RESERVADOS Mariana Salvaterra, CEO da Zühlke em Portugal, gere uma equipa de quase 90 pessoas.

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