Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Bomporto quer crescer nas grandes cidades do país
The Rebello foi a última aposta do grupo. Hotel foi pensado para famílias e grupos de amigos descobrirem a Invicta num ambiente de luxo.
O último investimento do grupo hoteleiro Bomporto está debruçado sobre o rio Douro, a contemplar todo o casario do centro histórico do Porto. Chama-se The Rebello, numa homenagem aos tradicionais barcos de transporte do vinho do Porto, e tem 103 suítes de luxo (com um, dois e três quartos), SPA (com piscina aquecida, quatro salas de tratamento, sauna e ginásio), dois restaurantes e igual número de bares, sala de reuniões e espaço dedicado às crianças. O hotel, que ocupa quatro antigos edifícios industriais no Cais de Gaia, é o terceiro projeto do Bomporto Hotels em Portugal. O grupo quer continuar a crescer no país.
O foco está, para já, na consolidação do The Rebello. O hotel replica um modelo já ensaiado no The Lumiares, em Lisboa, também propriedade do Bomporto, e que desde a primeira hora demonstrou ser um sucesso. Como explica Nicolas Roucos, diretor do grupo, a filosofia é de um AL (alojamento local), mas com serviços de uma unidade 5 estrelas – pequeno-almoço, restaurante, bar, SPA... É um piscar de olhos às famílias que querem estar juntas, mas em quartos separados, aos grupos de amigos, que pretendem um espaço em comum, mas também privacidade. A suíte mais pequena do The Rebello tem 37 metros quadrados e a maior estende-se até aos 193 metros quadrados. Todas têm cozinha equipada e espaço exterior. “Este conceito tem muita procura”, frisa o responsável.
O valor despendido na construção do The Rebello é sigiloso. “Há muitos investidores por trás” do projeto, diz Nicolas Rouco. Alguns são portugueses, mas a maioria do capital é estrangeiro, proveniente de países como África do Sul, Brasil, EUA, Inglaterra ou Holanda. Há proprietários (28 suítes foram vendidas) e subscritores de um fundo imobiliário (detém as outras 75 unidades) criado especificamente para desenvolver este empreendimento. Segundo o responsável, o rendimento anual da aplicação apresentou-se-lhes atrativo, mas houve também compradores interessados em obter um visto gold.
Certo é que este capital tem de ser remunerado e o The Rebello, que abriu portas no verão passado, está agora a entrar em velocidade cruzeiro. Para os turistas, o hotel oferece uma localização privilegiada, uma vista ímpar e serviços de luxo. Já os dois restaurantes (um dos quais com bar no rooftop) estão de portas abertas a todos os que pretendam usufruir da gastronomia e do ambiente de um espaço premium. Nicolas Rouco prevê que a taxa de ocupação atinja este ano 68%, uma franca melhoria face aos 46% registados em 2023. Para já, o hotel tem captado especialmente as atenções dos ingleses, norte-americanos, franceses e espanhóis, cuja estadia média ronda as 2,3 noites. O gestor quer também incrementar as receitas dos espaços de restauração e explorar o potencial do rooftop.
E vai olhando para as oportunidades de expansão. Como afirma, “o grupo quer crescer em Portugal” e as atenções estão focadas nas urbes. “Gostamos de estar nas grandes cidades. Estamos a estudar várias possibilidades”, afirma, sem adiantar mais pormenores. Na sua opinião, o turismo em Portugal ainda tem espaço para crescer. Lisboa enfrenta o problema da sobrelotação do aeroporto, o que impede o reforço da sua posição como destino turístico, lembra. Já o Porto não se debate com esse problema. “Está ainda a ser descoberto”, defende. Além do The Rebello, o grupo Bomporto detém o The Lumiares e o The Vintage, ambos em Lisboa.