Dinheiro em campo Endrick, novo fenómeno do Brasil não se cansa de quebrar recordes

No campo, marca um golo a cada 45 minutos pela seleção e supera Haaland com a mesma idade. Fora dele, é trending topic na rede social X, e conquista Europa, Ásia e África.

Amanhã joga-se em São Paulo a final do campeonato paulista de futebol entre o Palmeiras, de Abel Ferreira, e o Santos, mas, com todo o respeito pelos torneios estaduais do Brasil e pelo historial dos dois rivais, os olhos do mundo não vão estar nem na prova nem nos clubes. Será em Endrick, 17 tenros anos e 1,73 metros de gente, que os holofotes vão incidir.

O prodígio brasileiro, já contratado pelo Real Madrid por 60 milhões de euros, dependendo de objetivos, não para de encher de água a boca dos amantes do futebol jogado no campo e também nos gabinetes.

No último dia 23 de março, após fazer o golo da vitória do Brasil sobre a Inglaterra, em pleno Wembley, tornando-se o mais novo a conseguir marcar pela seleção desde ninguém menos do que Ronaldo Fenómeno, viu o seu nome, por algumas horas, ser o mais comentado no X, ex-Twitter, com mais de 300 mil menções.

Três dias depois, voltou a marcar pela seleção pentacampeã do mundo, desta vez à Espanha, noutro templo, o Santiago Bernabéu, a sua futura casa, e tornou-se o assunto mais comentado no Brasil, com mais de 200 mil comentários.

No Google Trends, ferramenta que mostra os mais populares termos buscados no Google, o nome de Endrick teve uma procura fora da curva em três continentes, Europa, Ásia e África, durante o dia do jogo com a seleção espanhola.

“Os principais clubes espanhóis são muito influentes no norte da África e Endrick vem sendo cada vez mais associado ao Real Madrid”, conta ao DV Thiago Freitas, COO no Brasil da Roc Nation Sports, a empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, que se tornou acionista maioritária da TFM Agency, companhia que gere a carreira de centenas de atletas. “Era por isso esperado”, prossegue Freitas, “que a maior parte dos interessados, não só pelo clube, mas pelo futebol espanhol, buscasse mais informações dele antes e após esse jogo”.

“Já na Ásia, o crescimento também estava previsto tendo em conta o número de admiradores da seleção brasileira no continente, no Bangladesh, por exemplo, nos mundiais de futebol a população praticamente se divide entre os que torcem pelo Brasil e pela Argentina”.

“Os países africanos, entretanto, têm adoração pelo futebol brasileiro”, complementa Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing desportivo, que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do desporto. “Então, acho natural que quando surge um novo ídolo na seleção brasileira, como Endrick, os países africanos estejam entre os que mais busquem o nome dele”.

“É um jovem que vem quebrando recordes e fazendo o que ninguém com a sua idade fez nas últimas décadas, continuamente, em diferentes palcos e níveis de exigência, o que vai só elevando o interesse pela sua trajetória”, completa Thiago Freitas.

No Transfermarkt, site alemão que avalia o preço de mercado dos atletas, Endrick está cotado em 55 milhões de euros, mesmo sem ter ainda chegado a Madrid, mais do dobro do segundo atleta do Brasileirão na lista, o médio André, do Fluminense, cujo valor de mercado é de 25 milhões.

Entre os atletas no mundo com 17 anos, o brasileiro também está disparado na frente. Lewis Miley, do Newcastle, segundo da lista do Transfermarkt, vale 22 milhões, El Junior Kroupi, do Lorient, terceiro na tabela, não passa dos 15.

Para justificar a diferença entre Endrick e a concorrência, o site sublinha que a média de golos do atacante na seleção está em um a cada 45 minutos. Mais: o jogador marcou 18 golos em 66 partidas pelo Palmeiras, mais do que Erling Haaland, o segundo atleta mais valioso do mundo do momento, com a mesma idade: o norueguês marcara 16 em 62 encontros antes dos 18 anos.

Nessa lista de mais valiosos do mundo, liderada por Jude Bellingham, futuro colega de Endrick no Bernabéu, entre dezenas de jogadores da Premier League, de La Liga e de outros campeonatos de topo, só um membro da liga portuguesa se intromete, o sueco Gyökeres, do Sporting, e um do campeonato brasileiro. Nem vale a pena dizer quem.