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MLS, o campeonato americano, já é o mais rico fora da Europa
Comparativo coloca a liga yankee pouco abaixo da Ligue 1, a menor do top 5 do Velho Continente, mas o valor de mercado dos jogadores está ainda atrás das homólogas saudita e brasileira.
A Major Soccer League (MLS), o campeonato norte-americano de futebol, pode não ser ainda um El Dorado para os jogadores e treinadores e está a anos luz da Premier League e outras ligas de topo em interesse de público e televisões, mas já é a prova mais rentável fora da Europa. E exibe todas as semanas o argentino Lionel Andrés Messi, ainda o melhor jogador do mundo, segundo a FIFA e a revista France Football.
Um relatório da Sports Value, empresa especializada em marketing, marcas, patrocínio e propriedade no desporto, em parceria com La Pizarra del DT, empresa de educação de futebol online, comparou as receitas da MLS com as cinco principais ligas europeias, a citada Premier League, a espanhola La Liga, a italiana Serie A, a alemã Bundesliga e a francesa Ligue 1.
E concluiu que o campeonato americano, cuja última versão nasceu em 1996, já é a liga mais rica do mundo, depois do privilegiado quinteto europeu, e a curta distância do campeonato gaulês. Nem a Arábia Saudita, nem o Brasil, apesar de terem clubes com plantéis mais bem avaliados, se aproximam.
As receitas dos clubes da Premier League são, em média (dividindo a receita geral por 20, o número de participantes), de 363 milhões de dólares (336 milhões de euros). A Bundesliga vem depois, seguida de La Liga, da Serie A e da Ligue 1, com 116 milhões divididos por 20. A média de receitas dos 29 clubes da MLS é de 70 milhões, mas em crescimento, desde 2016, muito mais acentuado do que os principais concorrentes.
A diferença entre as receitas da Ligue 1 e da MLS era de 2,5 vezes em 2016, passou a 3,7 vezes na pandemia, mas agora caiu para 1,1, perto de um empate. Para a Serie A, a diferença é de 1,4, ou seja, “meros” 822 milhões de dólares.
Em receitas, clubes como Los Angeles FC, Atlanta United, Inter Miami e Los Angeles Galaxy já se intrometem mesmo entre os mais ricos da Europa, refere estudo da Sportico, produtora de notícias e dados: o LA FC, avaliado em 1,2 mil milhões de dólares, gera mais dinheiro do que o Inter, virtual campeão italiano;
A média de receitas dos 29 clubes da MLS é de 70 milhões, mas desde 2016 que está em crescimento muito mais acentuado do que os principais concorrentes.
e Atlanta, Miami e Galaxy superam Roma ou Lyon, por exemplo.
O relatório da Sports Value e da La Pizarra del DT prevê que gigantes como Juventus, Borussia Dortmund, Atlético Madrid ou Milan possam ser ultrapassados pelo clube de Messi num futuro próximo.
Um mercado, como o americano, que atrai público, TV e patrocínios extraordinários, nem por isso consegue seduzir treinadores ou jogadores de topo – para já. Por isso, o elevado valor dos clubes da MLS, como um todo, não se reflete, necessariamente, no valor dos seus plantéis.
Segundo o Transfermarkt, site transnacional de origem alemã que avalia os ativos humanos, isto é, os craques, o primeiro clube americano em valor de elenco não entra nem no top 100. É o Inter Miami, cujo plantel é avaliado em 84,35 milhões de euros, a alguma distância do meio desconhecido clube russo
Krasnodar (103,70 milhões), o 100 da tabela.
O plantel mais valioso do planeta bola continua a ser o Manchester City, 1,27 mil milhões de euros, seguido de Arsenal e Real Madrid no top 3.
O mais bem avaliado fora das cinco grandes ligas é... o Benfica, em 27. , e o segundo é... o Sporting, em 34. . O FC Porto vem lá perto, em 38. , mas foi ultrapassado recentemente pelos holandeses PSV Eindhoven e Feyenoord.
Entre não europeus, lidera o saudita Al Hilal, de Jorge Jesus, em 48. da lista, e, antes de chegarmos ao Miami, ainda aparecem dois clubes brasileiros, entre os quais o Palmeiras, de Abel Ferreira e de Endrick, e mais dois sauditas.
O potencial de riqueza do soccer está lá, mas há muito caminho a percorrer na atração de talentos – até porque Messi, avaliado em 30 milhões, ainda é o jogador mais caro da MLS, aos... 36 anos.