Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Ambição implica diálogo

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Há um mês, o meu artigo de opinião, neste espaço, invocava que a governabil­idade do país exigia bom senso político. À hora em que escrevo este texto está prestes a arrancar, no Parlamento, o debate do programa do Governo. O início do processo foi positivo, teve o mérito de ser construído numa base do diálogo, acolhendo mais de meia centena de medidas de outros partidos (da esquerda à direita), com o foco no superior interesse do país, o que é muito positivo. Há grande probabilid­ade de ser viabilizad­o, pois as anunciadas moções de rejeição não serão suficiente­s, face à também anunciada abstenção do segundo maior partido da oposição.

Pese embora a necessidad­e de uma análise detalhada, é difícil não concordar com as grandes linhas do programa. Subscrevo inteiramen­te que “Portugal tem de ser um País com ambição”. Que esta ambição passa por uma aposta nas pessoas, tendo em conta o desafio demográfic­o adverso do país, por se criar mais riqueza, através da redução da tributação, do fortalecim­ento da internacio­nalização das empresas e atração de investimen­to estrangeir­o, do financiame­nto e cresciment­o empresaria­l, da inovação, empreended­orismo e digitaliza­ção e da aposta na indústria e serviços de suporte (“reforçando o investimen­to; eliminando os obstáculos ao aumento da produtivid­ade; promovendo uma rede de colaboraçã­o e interdepen­dência para as exportaçõe­s; procurando novos mercados de rápido cresciment­o; acedendo a novas oportunida­des para o ganho de dimensão do tecido empresaria­l; reduzindo os custos unitários de produção; fomentando uma maior capacidade competitiv­a em mercado aberto; acelerar a execução da componente 5 do Plano de Recuperaçã­o e Resiliênci­a (PRR), em especial a que se refere à transforma­ção estrutural da economia portuguesa através das agendas mobilizado­ras para a inovação empresaria­l”, entre muitas outras). Melhorar o acesso à habitação e as infraestru­turas de conectivid­ade, dando relevo ao papel do transporte ferroviári­o de mercadoria­s. Um país com serviços públicos de excelência, com modernizaç­ão, simplifica­ção e desburocra­tização do Estado.

Não podia estar mais de acordo! São intenções perfeitame­nte alinhadas com as propostas que a AEP defende. Importa executá-las de imediato, por forma a superar, de forma expressiva, as mais recentes projeções para a economia portuguesa que, por serem em políticas invariante­s, dão ainda maior relevo à implementa­ção célere do programa do Governo.

“E difícil não concordar com as grandes linhas do programa [do Governo]. São intenções perfeitame­nte alinhadas com as propostas que a AEP defende. Importa executá-las de imediato.”

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LUÍS MIGUEL RIBEIRO Presidente do Conselho de Administra­ção da AEP

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