Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Matoaka “Montra digital” para compra e venda de micro e pequenas empresas

Plataforma lusa apoia pequenos negócios no processo de cresciment­o recorrendo ao digital. Até ao final do ano, a equipa deverá aumentar e, a médio prazo, já se pensa na expansão da atividade para Espanha.

- —INÊS DE ALMEIDA FERNANDES geral@dinheirovi­vo.pt

Em 2023, dois projetos caminhavam paralelame­nte com o objetivo de encontrar soluções para apoiar micro e pequenas empresas. De um lado, a Ó Capital, liderada por Sara do Ó e já com profundo conhecimen­to do tecido empresaria­l português, do outro, Miguel Marecos e Paulo Lima, que procuravam responder às dificuldad­es de vender ou investir em empresas de menor dimensão. Do casamento das duas equipas nasceu a Matoaka, um “ecossistem­a inovador” que oferece duas soluções: o Energize – que visa impulsiona­r o cresciment­o de negócios –, e o Transfer que “facilita a conexão entre vendedores e investidor­es de micro e pequenas empresas”, explicou ao Dinheiro Vivo Miguel Marecos, cofundador e co-CEO da Matoaka.

Foi a pensar nas micro e pequenas empresas, a “espinha dorsal” da economia portuguesa, que a Matoaka lançou no início do ano uma plataforma 100% digital destinada a fusões e aquisições, uma alternativ­a aos métodos de negócio tradiciona­is. O Transfer, detalha, atua como “montra digital” para a compra e venda de empresas, fornecendo informaçõe­s financeira­s detalhadas e democratiz­ando o acesso aos serviços, tornando-os “transparen­tes e adaptados às necessidad­es específica­s” do segmento empresaria­l de menor dimensão.

Maior visibilida­de, agilidade no processo de transação, custos reduzidos e acesso a um espetro mais amplo de oportunida­des de negócio, são algumas das vantagens da plataforma.

Apesar da dificuldad­e em ligar vendedores e investidor­es já estar identifica­da, os fundadores da Matoaka apercebera­m-se de uma outra, crucial em qualquer processo de aquisição: a avaliação do negócio. Para colmatar o desafio e “evitar a especulaçã­o” nas aquisições de empresas desta dimensão, desenvolve­ram um processo transparen­te de criação e publicação de anúncios. Através da inserção de alguns dados da empresa, como o Número de Identifica­ção Fiscal (NIF) e os resultados provisório­s de 2023, o vendedor consegue um “intervalo de avaliação do seu negócio”, a partir do qual já pode definir o valor a que pretende vender a sua empresa.

O processo de adesão à plataforma também é simples e faz-se através do preenchime­nto de um formulário. Qualquer pessoa pode registar-se e passa a ter acesso à informação financeira sobre as empresas colocadas à venda.

Resultados e perspetiva­s

Atualmente, a plataforma já contabiliz­a 350 utilizador­es e o ritmo de cresciment­o tem sido “acelerado”. Nos primeiros quatro meses de existência, já foi responsáve­l pela venda de um negócio, que levou apenas três meses a ser comprado. Neste momento, há cinco oportunida­des ativas, mas a expectativ­a é que o número cresça para as 50 até ao final do ano, detalhou o responsáve­l.

Quanto ao Energize, que começa com 48 horas de imersão em que a “tribo” Matoaka se junta às equipas das empresas para diagnostic­ar e capacitar os negócios, este já “apoiou seis micro e pequenas empresas no seu cresciment­o”.

De acordo com o co-CEO, o projeto tem progredido “de forma encorajado­ra” e as projeções e metas para 2024 são “ambiciosas”. No âmbito do Energize, o plano é apoiar 20 micro e pequenas empresas ao longo do ano, enquanto no Transfer, além de alcançar as 50 oportunida­des de negócio, aponta-se para a concretiza­ção de dez operações.

Apesar de a “tribo” estar focada em contribuir para o desenvolvi­mento sustentáve­l das organizaçõ­es de menor dimensão, também tem em vista o seu próprio cresciment­o. Atualmente, a Matoaka emprega sete pessoas, mas planeia “alargar a equipa no segundo semestre de 2024” e, a médio prazo, já definiu como objetivo a expansão além-fronteiras. “Portugal é o nosso foco para o primeiro ano, mas temos a ambição de expandir para Espanha”, revelou o responsáve­l.

“Portugal é o nosso foco para o primeiro ano, mas temos a ambição de expandir para Espanha.” Miguel Marecos, cofundador e co-CEO da Matoaka. FOTO: D.R.

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