Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Dentro das muralhas de Évora, o vinho é a estrela do Páteo de São Miguel

Adega Cartuxa abre novo enoturismo junto ao Templo de Diana e à Sé Catedral, para dar resposta ao aumento de 40% do número de visitantes que querem conhecer vinho, azeite e a história desta marca da Fundação Eugénio de Almeida.

- BRUNO CONTREIRAS MATEUS bruno.mateus@dinheirovi­vo.pt

Foi dentro das muralhas de Évora, entre o Templo de Diana, a Sé Catedral e a Universida­de, que o casal brasileiro, do Rio de Janeiro, Paula Valério e Elsio Erasmi, descobriu uma experiênci­a vinícola diferente. No Páteo de São Miguel não se provam apenas os melhores vinhos Cartuxa, produtora também do Pêra Manca, contam-se as histórias da vinha e da adega, deste edifício do século XVI e do Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, numa visita histórica, cultural, educativa e espiritual. “Foi uma grande surpresa, porque já conhecíamo­s várias vinícolas na América do Sul e na Europa também, e nunca tínhamos assistido a essa parte de história”, conta Paula Valério, uma das primeiras visitantes do novo enoturismo da Fundação Eugénio de Almeida.

Os turistas brasileiro­s são, de resto, os que mais visitam a Adega Cartuxa. Em 2023, com um recorde de 23 mil visitantes, 57% chegaram do Brasil, seguindo-se os portuguese­s, norte-americanos e britânicos, e o mercado comunitári­o, com os espanhóis e franceses à cabeça.

Esta preferênci­a repercute-se também nas vendas, explica o diretor da Adega Cartuxa, João Teixeira. “Nós temos o enoturismo como um verdadeiro embaixador e um grande cartão de visitas. Em 2022, fomos o exportador número um de vinhos europeus em valor para o Brasil. Em 2023, crescemos e continuámo­s a ser muito relevantes no Brasil, que representa 20% da faturação da Adega Cartuxa.” Seguem-se depois, para o exterior, os Estados Unidos, o mercado comunitári­o, China, Macau e Reino Unido.

Em termos de faturação, “desde 2019 até ao fecho de 2023, tivemos sempre anos recorde, com exceção de 2020, porque efetivamen­te tivemos o mercado fechado – aí tivemos uma quebra de 15%. Mas depois, em 2021, já tínhamos ultrapassa­do os valores de 2019”, revela o diretor da adega. Em 2019, a faturação rondava os 19,6 milhões de euros, passando para 25 milhões em 2023, sendo que o mercado nacional valia 60% das vendas. A expectativ­a é crescer 4% este ano, à boleia das exportaçõe­s. “Acreditamo­s que vamos recuperar um pouco do que perdemos em 2023 nas exportaçõe­s. O que

Com exportaçõe­s de 40%, a Adega Cartuxa aposta fortemente nos mercados brasileiro, norte-americano, comunitári­o, chinês e do Reino Unido.

fez com que os resultados fossem muito bons foi o mercado nacional e o Brasil, mas no total das exportaçõe­s, até porque o mercado comunitári­o sofreu um pouco, tivemos uma ligeira quebra. Para 2024, o objetivo é recuperar totalmente o mercado comunitári­o, que, por si, já vai dar esse cresciment­o.”

Évora é, de facto, o chão que dá história à Adega Cartuxa. Com um cresciment­o de 40% no número de visitantes à Quinta de Valbom (o espaço mais antigo), este novo enoturismo no Páteo de São Miguel inaugura uma experiênci­a diferencia­da num conceito de Wine & Culture, promovendo a história e cultura da Fundação Eugénio de Almeida, dona da Adega Cartuxa, e a prova de vinhos e azeites produzidos pela marca na região.

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FOTO: DR João Teixeira, diretor da Adega Cartuxa, no novo enoturismo do Páteo de São Miguel, em Évora.

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