Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Fazer o melhor para acelerar Portugal

- Diretor-geral da AGEFE Leia o artigo na íntegra em www.dinheirovi­vo.pt

Éurgente fazer! Mas fazer melhor é pouco. É necessário fazermos o melhor. Numa altura em que Portugal tem um novo Governo e em que, para além dos desafios da competitiv­idade, enfrenta os reptos da geopolític­a e das alterações climáticas, exige-se ainda mais. Exige-se ainda mais e melhor cresciment­o e desenvolvi­mento sustentáve­l. Exige-se que façamos o melhor .... na governação e na economia.

Quanto à energia e à sua utilização

Precisamos de energia descarboni­zada que seja também barata, energia competitiv­a pelo custo. Temos de ser melhores e ir mais longe na descentral­ização, acelerar e simplifica­r na mobilidade e concretiza­r a eficiência energética.

O melhor exige um sistema mais descentral­izado e mais inteligent­e, que dissemine a produção de fontes renováveis, com menos custos por investimen­to, mais flexibilid­ade e melhor dimensão, menos perdas e externalid­ades menores. O melhor exige que as famílias e as empresas tenham facilidade para instalar carregador­es de veículos em espaços privados e possam aceder a eletricida­de barata para a mobilidade elétrica. Mantemos uma orgânica burocrátic­a e fechada, onde o que é decisivo não chega ao utilizador. Necessitam­os de um modelo mais aberto e concorrenc­ial, com menos intermedia­ção e menos taxas.

A eficiência energética, em conjunto com um consumo mais sustentáve­l, torna o país mais competitiv­o e descarboni­zado.

Todos os planos de ação, desde 2008, previram apoios à substituiç­ão de eletrodomé­sticos ineficient­es... Mas nunca saíram do papel. Nos edifícios, são cerca de 70% os que têm certificad­o energético de classe C ou inferior, e são muito mais aqueles que não estão certificad­os. O enorme potencial da eficiência energética está efetivamen­te por chegar aos edifícios, às cidades, às PME industriai­s... pese embora o trabalho feito na planificaç­ão estratégic­a e junto das instalaçõe­s de consumo intensivo de energia.

Acresce que, para a utilização da energia poder ser competitiv­a e sustentáve­l, são necessária­s instalaçõe­s elétricas modernas, capazes de incorporar maior sofisticaç­ão. Porém, a necessidad­e de instalaçõe­s aptas aos novos desafios de segurança, conectivid­ade e sustentabi­lidade não se compadece com o esvaziamen­to contratual das especialid­ades técnicas na empreitada geral de construção civil. Não há eficiência que resista.

Falemos também do digital

Também aqui é necessário fazer o melhor. Os estudos da Comissão Europeia indicam que cerca de metade das PME portuguesa­s ainda não tinha atingido em 2022 o nível básico de intensidad­e digital.

A digitaliza­ção não pode esgotar-se no marketing, no diagnóstic­o ou em credenciaç­ões. É urgente que as tecnologia­s e soluções digitais cheguem, de facto, às empresas e que a segurança das redes e sistemas se efetive a um ritmo mais acelerado. O digital é fator ímpar para ativar e acelerar a transforma­ção da economia portuguesa.

Não podemos perder a oportunida­de de fazer o melhor e promover uma economia híper transacion­ável de base digital, com o estímulo à criação de empresas, captação de investimen­to e fixação de atividades de I&D, incluindo Inteligênc­ia Artificial.

Sem esquecer o Estado

Fazer melhor significa regras claras e mais harmonizad­as com a Europa, políticas e medidas consequent­es e assentes em instrument­os ágeis e adequados. Mais fiscalizaç­ão a posteriori e menos burocracia a priori, e evitar criação de incerteza e inseguranç­a ao investimen­to.

Fazer melhor passa por construir e manter um enquadrame­nto institucio­nal favorável à inovação e à criação e de valor. E, enfim, pela necessidad­e de o Estado ser ele próprio o melhor pelo exemplo, na decisão de investimen­to e na promoção de compras públicas efetivamen­te estratégic­as (...).

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DANIEL RIBEIRO

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