Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Gwiker Snacks saudáveis lusos estão em quatro países e vão chegar a mais
Empresa tem obtido bons resultados no Japão, um dos mercados internacionais para onde exporta. Este ano, pretende reforçar a aposta no exterior, expandir a equipa e aumentar o volume de negócios.
O desperdício alimentar ainda é um tema central, especialmente quando todos os anos, só na União Europeia, se desperdiçam quase 59 milhões de toneladas de alimentos, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Produzem-se alimentos que são deixados de lado por não terem o calibre aprovado pelas grandes superfícies ou por serem “feios”, mas a Gwiker decidiu utilizá-los para criar snacks saudáveis e deixar “um legado sustentável às gerações futuras”, contou ao Dinheiro Vivo o CEO, Diogo Maurício.
A marca nasceu em 2016 da vontade de criar um projeto na área agroalimentar, mas começou por se dedicar à produção de cogumelos biológicos. Tornou-se impossível escoar as quantidades produzidas por questões “estéticas de forma e calibre”, impulsionando a transição da Gwiker para a transformação de alimentos por via da secagem. O projeto deu uma volta de 360 graus e os dois sócios fundadores implementaram um “processo de desidratação com recurso a energia solar”, que possibilitou a criação dos snacks saudáveis.
Atualmente, a empresa, do concelho de Porto de Mós, está no mercado com uma gama de produtos que inclui, entre outros, snacks de fruta desidratada, barras energéticas de fruta e frutos secos e granolas de pequeno-almoço. Inclusive, já implementou um projeto numa escola do Entroncamento onde substituiu “com sucesso” os lanches das crianças por opções “mais saudáveis e nutritivas”.
O ano de 2023 foi de investimento em equipamentos e de mudança para a nova unidade fabril, da qual anualmente saem mais de um milhão de embalagens das diversas referências. Os processos foram reformulados e a empresa avançou para a certificação de gestão da qualidade e segurança alimentar – IFS Food, “passo determinante” para a marca. Os investimentos do ano passado permitiram abrir portas a projetos com grandes retalhistas nacionais, estando a equipa confiante no “crescimento significativo [do negócio] em 2024”.
Na boca do mundo
Em Portugal, vários consumidores já terão contactado com a Gwiker além da sua marca própria, uma vez que a empresa também trabalha no modelo de private label – produzir produtos que depois serão vendidos sob outra marca. Trata-se de um segmento que “continua a crescer e trará novos produtos em 2024”, sendo a intenção replicá-lo também no estrangeiro.
A trajetória de crescimento no mercado nacional potenciou a expansão além-fronteiras. Os snacks saudáveis, produzidos de forma sustentável e com aposta nos princípios da economia circular, já chegaram a Angola, Noruega, Suécia e Japão e a aceitação “tem sido bastante positiva”. De acordo com o responsável, os resultados “mais interessantes” são alcançados no mercado japonês, mas a internacionalização não ficará por aqui. A Gwiker está a preparar a entrada em novos mercados, não só para exportar a marca própria, mas também para desenvolver outros projetos de private label. Para concretizar o objetivo, a empresa associou-se à Private Label Manufacturers Association (PLMA) e estará, no final de maio, na World of Private Label International Trade Show, em Amesterdão.
Ainda no sentido de ampliar o seu alcance, a empresa criou uma loja online, acessível em todas as plataformas, que permite “comunicar de forma clara” com os consumidores e “potenciar o crescimento”. Adicionalmente, foi feito um rebranding das embalagens que as tornou 100% recicláveis, reforçando o posicionamento da marca como “natural, sustentável e sem aditivos”.
No futuro próximo, a Gwiker pretende expandir a sua equipa, que atualmente é composta por dez colaboradores afetos à fábrica e pelos dois sócios fundadores. “Estamos em condições de aumentar a equipa e também o nosso volume de negócios. Temo-nos preparado para isso”, afirma o CEO.
A Gwiker também trabalha no modelo de private label, ou seja, produz para outras marcas, e tem como objetivo alargar esta atividade para o exterior.