A FESTA CONTINUA
Empresa portuguesa, centenária e nunca alienada, a Poças acaba de lançar Porto Vintage 2017
A declaração de ano clássico de Vintage para a colheita de 2017 deu e continua a dar muita conversa porque não há ninguém vivo no universo do vinho do Porto que se lembre do lançamento de dois anos clássicos seguidos (2016 e 2017).
Por tradição, cada década dará entre três a quatro declarações de Vintage clássico, mas, atendendo à evolução científica aplicada às vinhas, a regularidade na produção de uvas de qualidade é quase constante, independentemente das zaragatas climáticas. E, com uvas de qualidade, os produtores entendem que é um desperdício não declarar Vintage.
Já agora, convém que se sublinhe que a diferença entre um Vintage não Clássico (Vintage de quinta) e um Vintage Clássico é que este último é tão rico que vai, garantidamente, viver muito bem durante décadas. É, portanto, um vinho de grande qualidade. Ora, o ano climático de 2017 foi bastante curioso no Douro porque permitiu a antecipação da colheita em cerca de 15 dias - o que é muito tempo neste universo. Tanto que as administrações das empresas tiveram de pedir aos seus funcionários para interromperem as férias em agosto.
De acordo com os registos históricos, temos de recuar a 1945 para encontrarmos um ano tão
OPACO DE COR COMO QUALQUER Vintage,
precoce como o de 2017 e que, em determinadas empresas, deu origem a Vintage que ainda hoje são uma referência entre os grandes conhecedores da nobre categoria de Vinho do Porto. Por regra, os Vintage de referência são das grandes empresas inglesas, mas em rigor há outros produtores mais pequenos que fazem vinho de qualidade, como é o caso da Poças Junior, que tem a vantagem de ser uma empresa centenária, criada e mantida sempre no universo de uma família portuguesa.
Este caráter histórico e a manutenção de uma cultura familiar ao longo de 100 anos é muito importante para a definição do perfil dos vinhos da empresa, visto que muitos clientes não gostam de variações drásticas. Contudo, convém dizer que certa fidelidade às tradições não impede a Poças de inovar com o lançamento de vinhos invulgares na região do Douro.