LUSÍADAS (VERSÃO CURTA E ATUALIZADA)
As armas dos ladrões diplomados São hoje os votos na urna lusitana
Por esquemas nunca antes inventados Passaram muito além da gatunada Em leis e decretos cozinhados
À boa maneira republicana
Entre gente atónita anunciaram
Novo Reino, que tanto geringonçaram
E também as memórias gloriosas
Dos bancos que foram delapidando
Com desvios, favores e maroscas viciosas Um país inteiro andaram desvastando E aqueles, que por obras valerosas
Se vão das malhas da justiça libertando Cantando, lá vai Berardo a toda a parte Se a tanto o ajudar a lata e a arte
Aprendam do sábio Sócrates o plano Enriquecer enquanto os outros empobreceram O pior é quando vai tudo pelo cano
E se descobre as trafulhices que se fizeram Que nem o brando costume Lusitano Perdoa aqueles que as mãos meteram Na massa que não é sua e nem adianta
Dizer que outro valor mais alto se alevanta.
E vós, contribuintes, muito obrigado Diz o Centeno a rir, mostrando o dente Cada imposto e cada euro arrecadado Já tem o destino traçado mais à frente Há-de acabar, pois então, bem cativado Que o dinheiro nãoép ar agastar comest agente Não vale a pena dizer que o povo sofre Ele não se comove nem abre o cofre
Dai-me uma razão grande e sonorosa Para ter perdido um olho, se nada ajuda Nesta terra de gente boa mas medrosa Quem tem um olho é rei, quem tem dois deve ser muda
Dizei-me para onde foi a gloriosa
Coragem desta grei outrora tão tesuda Desculpem lá o desabafo e o calão
Mas ninguém vos mandou tirar-me do caixão
“E vós, contribuintes, muito obrigado. Diz o Centeno a rir, mostrando o dente