COMO SORRIR COM MÁSCARA?!
É uma alg ar viavelhinha, fininha, encurvada. M ás caraàban dana face rugosa, aproxima-se dos forasteiros mascarados que cirandam por ali, na calçada à beira-mar, em gozo do sol outonal do Algarve. Ganha uns dinheirinhos a vender frutos secos e recordações aos turistas .“E os senhores nunca ti ramas máscaras ?” Ela avança e os visitantes tomam as intuitivas precauções. Dão uns passos atrás e riem-se .“Olhe que a senhora tem que pôr bem a sua máscara! temo narizàm ostra !” E logo brota a conversa, toda ela à volta do vírus que anda por aí.
O medo, a ansiedade e a incerteza alastraram em poucos meses, como alerta :“Cuidado como vírus da china .” Foi a“chamadado trovão ”, segundo aMedicinaTr adicional Chinesa. Depois, a negação :“Issoé lá na china, nunca há-de chegar aqui .”
Mas chegou. E logo a seguir, o medo: “O queéquen os vaia contecer?”P assou-se depois à fase do desconforto e da tristeza, a “travessia do deserto”. Passo a passo, entranham-se novos hábitos e até alguma serenidade. Mas antes do fim da aventura, como aceitar a ideia da chanceler alemã Angela Merkel, que propôs substituir o habitual aperto de mão por um sorriso? Não é fácil. Até há menos de um ano, havia regras culturais centenárias para os apertos de mão. Na tradição chinesa, o aperto não podes er muito forte eéacompanhad opor uma leve reverência com a cabeça. É proibido o contacto visual. Já as australianas, não trocam apertos de mãos com outras mulheres. Alonga duração doa pertoéa característica típica dos mexicanos, os campeões latinos da bacalhoada. Ao contrário dos americanos, os britânicos não vão à bola com fortes apertos de mão e, mesmo antes da Covid, sempre mantiveram as devidas distâncias físicas. De MarrocosàTailând ia, da Coreia do Sulà Noruega, a etiquetado aperto de mão varia( ou variava) muitíssimo.
Na conversa de mascarados no Algarve, ninguém pensa sequer em apertos de mãos. A velha senhora vai descaindo a máscara e avançando a passinhos curtos. Os turistas não têm outro remédio senão recuar. À hora da despedida, o convite da algarvia .“A tão não lhes posso vera cara? Tiremláisso!” Desculpas dos forasteiros. A velha senhora não sabe com certeza da proposta de Angela Merkel, mas não tem dúvidas: para se cumprimentar alguém com um sorriso é preciso... tirar a máscara. E foi o que ela fez. Tiveram os precavidos mascarados o privilégio de receber um luminoso sorriso de despedida.
“À hora da despedida, o convite: ‘Atão não lhes posso ver a cara? Tirem lá isso!’