ALGUNS AMIGOS
Nãoé possível ter muitos amigos, é uma questão biológica. a memória, o cérebro, a mobilidade e o relacionamento típico dos seres humanos favorecem te ruma mão cheia de grandes amigos, não mais. Talvez uns 15, no máximo, quando se fala em amigos próximos, cuja alegria e tristeza nos afectam. No entanto, em geral, as pessoas têm mais amigos. Têm uns 50 amigos, do género dos que convidariam para a sua festa de anos, no caso de darem mesmo uma grande festa, mas que não convidariam para um jantar lá em casa. O número de amigos pode ainda alargar-se a uns 150, o máximo para a maioria das pessoas. Talvez se trate mais de conhecidos do que de amigos, de gente que sabemos quem são e com quem nos damos bem, mas com quem não temos grande proximidade. Pessoas que encontramos em baptizados, casamentos e funerais ou nas reuniões de ex-alunos. Usualmente, neste grupo 150 um dos temas de conversa é combinar encontrarem-sem ais vezes. Ma sé difícil. Quem refere estes números é Robert Dunbar, investigador em relacionamentos sociais, na recém-publicada ‘Friends: Understanding the Power of our Most Important Relationships’. Nesta obra, o autor mostra que a maior parte das pessoas tem o mesmo número de amigos. Isto porque as pessoas têm apenas um certo montante de ‘capital emocional’, de energia emocional para investir em relacionamentos sociais. Dunbar estabeleceu o número máximo de 150. Historicamente, uma grande parte das comunidades humanas nas fábricas, nas pequenas aldeias e nas unidades militares tinham 150 pessoas. Num grupo desta dimensão é possível as pessoas conhecerem-se pelo nome e saberem os interesses uns dos outros. Trata-se de uma dimensão social que facilita que as pessoas estejam disponíveis para se ajudarem umas às outras.
O facto é que as relações próximas só se conseguem manter em pequeno número. Ter demasiadas ou nenhuma relação significativa são situações que não ajudam. Tentar alargar muito a quantidade de relações próximas leva a demasiados compromissos, a não ter tempo para responder a todas as solicitações e, inevitavelmente, a falhar quanto ao tipo de comportamento socialmente esperado.
Na obra referida, Dunbar propõe ainda o número ideal de pessoas para levar a cabo determinadas actividades sociais. Por exemplo, para ter um jantar em que todas as pessoas participem na conversa, o número ideal é quatro. Já se se tratar de um jantar em que se queira ter conversas variadas, que cubram um leque alargado de assuntos, e em que todos acabem por falar com todos, a lista pode ir até seis pessoas. Quanto a grupos de férias, o número aconselhado não deve ultrapassar as oito pessoas, tendo em vista, entre outros problemas, evitar contratempos nas marcações nos restaurantes, nos toldos de praia, etc.
Mas tudo isto, claro, em geral: é o padrão mais comum. Mas há muito boa gente que tem mais amigos do que os números referidos. E menos também, obviamente.
“Grandes amigos, talvez uns cinco; amigos próximos, uns 12 a 15 mas...