DEPUTADA NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA PELO PPM,
ALINE GALLASCH-HALL DE BEUVINK VOTOU SOZINHA CONTRA A CELEBRAÇÃO DOS 100 ANOS DO PCP. JUSTIFICOU-O PERANTE A ASSEMBLEIA, MAS O GESTO E O DISCURSO FORAM APOUCADOS POR FRANCISCO LOUÇÃ. NESTA EDIÇÃO, A PROFESSORA UNIVERSITÁRIA ESCREVE SOBRE PUTIN E A ATUAL SITUAÇÃO NA UCRÂNIA, PAÍS QUE O REGIME ESTALINISTA MATOU À FOME NOS ANOS 30
Existe entre a Rússia e a zona mais oriental da Ucrânia um conflito territorial desde 2014, onde mais de 13 mil pessoas foram mortas.
Um cessar-fogo foi acordado em Julho do ano passado. No entanto, desde meados de Fevereiro que a tensão entre os rebeldes pró-russos e o exército ucraniano tem aumentado naquela zona. Acrescenta-se a isto uma transferência massiva de tropas russas para a fronteira ucraniana, numa contínua provocação. Mais de 4 mil exercícios militares russos tiveram lugar em Abril (e ainda só vamos em meados do mês), isto segundo o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu.
Quererá Putin mobilizar-se militarmente para reforçar a sua posição política? Afinal, há eleições parlamentares em Setembro e a popularidade do Presidente passou de 59% em Novembro de 2017 para apenas 31% actualmente.
Entretanto, as relações entre a Europa e a Rússia têm sido intensas e não muito amigáveis desde a anexação ilegal da Crimeia. O imperialista Putin não hesitará em combater a Ucrânia com todo o seu poder militar e Kiev continuará a não reconhecer os líderes-marionetas das zonas de Donetsk e Lugansk, lá colocados pela Rússia, como seus parceiros de negociação. Infelizmente, as forças militares ucranianas não são opositores potentes o suficiente contra a Rússia. Ainda.
Perante o perigo iminente, o Presidente ucraniano Volodymir Zelensky contactou o seu homólogo americano, Joe Biden, que garantiu o seu apoio à integridade territorial ucraniana e soberania face à agressão russa. “Nós estaremos ombro a ombro para preservarmos as nossas democracias”, escreveu Zelensky no Twitter.
Entretanto, o Protocolo de Minsk tornou-se uma ilusão. Certo é que Moscovo tem quebrado as suas obrigações segundo este protocolo e isto acaba por ser um teste: Putin precisa de perceber qual é o preço que o Ocidente o fará pagar pelas suas acções. Parece que os tempos da Guerra Fria voltaram, mas de outra forma: em Guerra Quente. E óbvia.