Antes de chegar à cozinha do 100 Peneiras, no Seixal,
Dina Oliveira manda na cozinha do 100 Peneiras, no Seixal. Era chef num restaurante na Provença, em França, quando, em 2012, serviu um polvo à lagareirola coberto de coentros ao antigo campeão do mundo de futebol, alérgico àquela planta
a chef Dina Oliveira trabalhou em França e até levou um prato à mesa de Zidane. Oferece duas receitas: migas e arroz de berbigão e corvina
Dina Oliveira, 45 anos, alfacinha com costela alentejana, ainda não parou de aprender. Formação atrás de formação, mais conhecimentos, mais experiência. Sempre em busca de uma paixão que é a gastronomia, a que esteve lligadad desdedd muito cedo.d A chefhf Dinad tem hoje o seu espaço no Seixal, a taberna 100 Peneiras, onde dá largas à criatividade, com base numa cozinha inspirada nas raízes alentejanas e no traquejo internacional, um pouco da fusão de todos os lugares e sabores que já experimentou.
Começou a trabalhar como empregada de mesa num restaurante aos 16 anos e aos 18 emigrou. Primeiro para a Alemanha, onde a língua não lhe permitiu avançar muito, e depois para Inglaterra. Regressou a casa com 23 anos e abriu o seu primeiro restaurante com as poupanças de emigrante. Para a cozinhazinha do Cantinho Alentejano chamou os pais. “Eram excelentes cozinheiros, o mmeu pai, do interior do Alentejo, trabalhava ingredientesgredientes mais ligados à terra e ao pãpão, e a minha mãe, do Cercal, mais ligada ao mar e ao ppeixe. Eu estava na sala e gosggostavava de provar sempre tudo. Às vezes até diziam: ‘Olha vem aí a fiscal para ver se a gente está a fazer um bom trabalho.’” Dina Oliveira continuou a aprender e a desenvolver a sua formação. Foi fre-f quentarquentar a Escola Superior de Hotelariahotelar e Turismo do Estoril aos 34 anos e já com trêst filhos. Fez o estágio no restaurante Terrei-ter roro do Paço, de Vítor Sobral, e estreouestreou-se como chef no seu Cantinho Alentejaalentejano. Mais tarde abriu outro espaço, o Cacilhcacilheiro do Tejo. A dada altura, Dina Oliveira acusouacu cansaço. O facto de perder o pai tambtambém não ajudou e, em 2012, voltou a emigrar, seguindoguindo o marido para França. Trabalhoutrabal como chefe executiva em dois restauranrestaurantes na zona dde Aaix-en-pprovence e trouxe uma história para contar que, por pouco, não acabou mal para a estrela de futebol Zinedine Zidane. A chef, que a muito custo conseguiu introduzir pratos portugueses em França, foi levada à presença do então treinador adjunto do Real Madrid, a quem sugeriu um polvo à lagareiro. Quando lhe apresentou o prato, o polvo estava coberto de coentros, planta à qual Zidane é alérgico e que recusou de imediato. A chef não perdeu a face e cozinhou uma alternativa. “Nunca podemos baixar a guarda”, lembra.
Às vezes os meus pais até diziam: ‘Olha vem aí a fiscal para ver se a gente está a fazer um bom trabalho’