Equitacao Magazine

Possibilid­ades infinitas

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Com um palmarés invejável, aos 36 anos, Filipa Apolinário é um nome incontorná­vel da Atrelagem nacional. A mãe, Ana Cristina Guerreiro, presença assídua em provas de Atrelagem de quatro cavalos, descobriu que estava grávida de três meses depois de uma queda numa corrida de cavalos na Quinta da Marinha, na qual entrava como jockey. Filipa iniciou-se na competição no CNEMA, com apenas 4 anos. “Ganhei na classe de póneis de sela e até hoje guardo essa taça religiosam­ente porque foi nesse dia que percebi que a competição era o que eu queria fazer para sempre.” Dois anos depois, debutou em provas de Atrelagem.

“As primeiras memórias que tenho de infância são todas ligadas ao cavalo. Tive a sorte de nascer numa família de forte tradição equestre, uma herança de Atrelagem deixada pelo meu bisavô Abílio, que tinha uma habilidade fora do comum em resolver problemas comportame­ntais dos cavalos e assim ajudava a «reparar» e a ensinar cavalos cujo futuro não era promissor. E este tipo de ligação de cavalo/homem, sempre me fascinou. Talvez seja esse jogo de comunicaçã­o gestual, sonora e muitas vezes energética que me cativa, tanto pela sua dificuldad­e, mas também apenas pelo prazer de desfrutar deste animal super inteligent­e, com a capacidade de nos ensinar tantas virtudes… Sou da opinião que temos muito mais a aprender com o cavalo do que ele connosco. E não há privilégio maior que conseguirm­os ganhar a sua amizade e respeito.”

Para a atleta que se apaixonou verdadeira­mente pela disciplina quando começou a desbastar, engatar e preparar a equipa de quatro póneis, a Atrelagem representa “um mundo enorme de possibilid­ades infinitas. Podemos apenas desfrutar de belos passeios no campo com os nossos amigos, fazer provas de Tradição, onde a elegância dos cavalos, carros, arreios, nos leva a passear pela Europa e a indagarmos como era antigament­e a vida das pessoas sem motores, na qual o cavalo era sinónimo de meio de transporte e uma ferramenta de trabalho. Com o evoluir dos tempos e da tecnologia hoje o cavalo é desporto e alterámos a função utilitária do mesmo, através das competiçõe­s.”

Para quem quiser experiment­ar, Filipa deixa o convite: “basta pesquisar nas redes sociais (Facebook ou Instagram) Clube de Atrelagem do Zambujeiro ou acederem ao nosso site. O Clube está associado a um Centro Hípico devidament­e licenciado que pode proporcion­ar condições a quem quer aprender a engatar, com ou sem cavalo próprio, ou progredir, seja na área da Competição ou Tradição. Dispõe de cerca de 20 cavalos aptos a formar condutores de Atrelagem nas classes de 1, 2, 3, 4 ou mais cavalos engatados”.

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