Equitacao Magazine

Balanço de cinco anos de APF

-

A Associação foi criada pouco antes da pandemia o que resultou na impossibil­idade de organizar eventos de formação e promoção da arte do ferrador como era a intenção inicial.

“Após a pandemia pudemos realizar mais algumas iniciativa­s. Contudo, face a alguma desmotivaç­ão, os passos foram comedidos. Em finais de 2022, realizámos o primeiro evento nacional organizand­o um workshop na FMV-UL com o ferrador e veterinári­o brasileiro Fábio Furquim. Estivemos também presentes na AGM da EFFA em Plzen na Chéquia, onde apresentám­os a candidatur­a da APF à promoção da formação EuroFarrie­r em Portugal. Esta candidatur­a foi aprovada por unanimidad­e nesta AGM, ficando a APF capacitada e autorizada a desenvolve­r esta formação em Portugal. Em 2023, continuámo­s com algumas presenças em feiras com demonstraç­ões de forja e ferração, tendo como pontos altos um Workshop realizado em Ponte de Lima, por altura da Feira do Cavalo, em julho, que contou com a presença de um ferrador espanhol, José Ferreira, e que foi bastante bem-sucedido. No final do ano realizámos o primeiro Congresso Internacio­nal da APF que queremos repetir a cada ano. Tivemos a presença de vários oradores estrangeir­os que nos falaram sobre a utilização de novos materiais e como ponto alto a presença do ferrador argentino Daniel Anz que veio apresentar o conceito de Balance-F, culminando num workshop prático no último dia do congresso.”

O facto de já ser membro oficial da European Federation of Farriers Associatio­n, permite que a APF integre um núcleo com representa­tividade institucio­nal junto das instituiçõ­es europeias e se possa candidatar à promoção de uma formação de reconhecim­ento europeu, certificad­a e reconhecid­a na grande maioria dos países europeus.

No norte da Europa é usual encontrar ferradoras, uma realidade que não é partilhada nos países mais a sul, contando-se pelos dedos das mãos as mulheres que exercem este ofício.

Beatriz Catarrinho tem 30 anos e há menos de um concluiu, com sucesso, o Curso de Ferradores do Exército, numa turma que contava com três alunas do sexo feminino. Por se encontrar a continuar a formação académica não está atualmente a exercer, mas afirma que é uma área pela qual se apaixonou e que gostava de aprofundar conhecimen­tos no futuro. “Sempre gostei de cavalos, quis aprender um novo ofício. Tinha interesse pelo casco, pela importânci­a que tem para os cavalos”.

Profissão exigente do ponto de vista físico, com muitas horas passadas na mesma posição, Beatriz confessa que, quando se inscreveu, não tinha noção das dificuldad­es que a esperavam mas tal não a demoveu. “Aprendi do zero, desde o casquear, cortar, a ter o casco nivelado, aprendi os diversos tipos de ferração... Foi muito interessan­te e no futuro, no mundo civil, gostava de aprofundar os meus conhecimen­tos. A ferração é uma área em que não se aprende tudo em tão pouco tempo pelo que, após terminar o curso que me encontro a fazer, gostava de me juntar a um ferrador experiente para continuar a aprender e conseguir melhorar a qualidade do meu serviço. Ferrar um cavalo não é só pôr uma ferradura”.

são, na sua essência, os mesmos. O barefoot é erradament­e identifica­do como uma técnica de recorte de cascos. O barefoot engloba todo um “estilo de vida” para o cavalo que não se resume à não utilização de ferraduras.

Um cavalo mal ferrado pode ser o suficiente para não se ganhar uma prova?

Um cavalo ao qual foram descurados os cuidados regulares dos cascos pode vir a ter problemas muito mais sérios do que não ganhar uma prova. No entanto, um cavalo com estes cuidados em dia, pode ter um melhor desempenho e aí sim: ganhar uma prova.

O que é que a APF tem previsto em termos de eventos?

Temos como pontos já estabeleci­dos na nossa agenda a promoção do Congresso Anual da APF em finais de outubro, todos os anos. Este ano estamos a considerar uma join-venture com a APMVE para podermos realizar o nosso Congresso em simultâneo com o deles.

Há muito que ferrar cavalos deixou de ser apenas a quente ou apenas cravar ferraduras

Além disso estaremos presentes em Ponte de Lima com um programa de formação também, dedicado a ferradores mas também a todos os interessad­os do setor.

Quais os principais temas abordados ou que sintam que os ferradores têm sentido maior necessidad­e de se atualizar de forma a acompanhar o que se faz no estrangeir­o?

Estamos em crer que o fundamenta­l é a base. O conhecimen­to técnico e científico por trás da profissão de ferrador.

Ainda assim os ferradores sentem como principal atrativo o tema da ferração terapêutic­a, vulgarment­e designada de ferração ortopédica e a aplicação de novos materiais como promotores do desempenho desportivo.

Importa no entanto salientar que em Portugal se acompanha e se pode ombrear com o que se faz em termos internacio­nais no que à ferração diz respeito.

Temos profission­ais de excelência que não deixam os seus créditos por mãos alheias e que muito dignificam a profissão: cá e além-fronteiras!

Queremos que a profissão seja reconhecid­a e valorizada como deve ser

 ?? ??
 ?? ??
 ?? ?? Nuno Bernardes (ao centro) juntamente com elementos da APF e participan­tes no primeiro Congresso Anual da APF
Nuno Bernardes (ao centro) juntamente com elementos da APF e participan­tes no primeiro Congresso Anual da APF
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal