O rum da Madeira tem um novo portal em linha com informações sobre a história da produção de um dos ingredientes da tradicional Poncha
Éo ingrediente de uma das bebidas regionais mais aclamadas, a Poncha. A companhia perfeita para um charuto ou o destaque de um cocktail exótico. Nos últimos anos, o rum da Madeira tem ganhado adeptos dentro e fora das fronteiras da ilha e tem agora um local que agrega toda a informação sobre a sua história.
O portal em linha dedicado ao rum agrícola foi lançado no passado mês de junho pelo Instituto do Vinho, Bordado e Artesanato da Madeira (IVBAM) e surge da continuação da estratégia de promoção dos produtos regionais levada a cabo pela organização regional.
Para Américo Pereira, sommelier madeirense e um dos embaixadores do rum da Madeira, este foi um passo importante para a afirmação do produto, que segue o exemplo de outros países produtores, ajudando a Madeira a entrar no mapa dos runs mundiais.
Américo Pereira é presença assídua em competições internacionais destinadas a avaliar vinhos e bebidas espirituosas e não tem dúvida que o rum da Madeira tem merecido o destaque ganho nos últimos anos.
Segundo o sommelier madeirense, o rum da Madeira é facilmente identificável e explica porquê: “Nos runs agrícolas, notamos uma grande intensidade, principalmente nos brancos, mais jovens. Possuem uma mescla de aromas, que vão do floral, ao frutal até às ervas, que não acontece em bebidas de outras origens. O nosso rum tem um aroma muito limpo e é fácil de distinguir”.
As origens do rum na Madeira acabam por se ligar com a cultura da cana-de-açúcar, introduzida na região por volta do ano 1425, coincidindo com o início do povoamento da ilha. E, se numa primeira fase a cultura da cana sacarina se destinava à produção do “ouro branco” – como era apelidado o açúcar devido ao seu alto valor de mercado na época – no século XIX passou a estar dedicada à produção de rum.
Para além da história associada ao rum, o portal criado pelo IVBAM dá ainda a conhecer os pormenores da produção da cana-de-açúcar – de onde é extraído o suco que, após um processo fermentação alcoólica, é utilizado para a produção do rum – e das especificidades do espirituoso. Mas também fala das diferentes categorias de rum e de quem se dedica à sua produção.
Mais do que a competição entre as produtoras, há um trabalho conjunto na promoção do
rum da Madeira, que agora fica mais saliente com o lançamento do portal em linha.
Mário Gomes, da William Hinton Rum, destaca essa cooperação e sinergia entre os vários produtores locais, situando-a no tempo. É algo que se tem “intensificado desde 2011, desde que o rum da Madeira passou a ser reconhecido por Indicação Geográfica Protegida (IGP) para a produção de Rum agrícola, ou seja, rum destilado a partir da cana-de-açúcar”.
O embaixador da marca William Hinton Rum, uma das cinco produtoras de rum agrícola na Madeira, explica também que com o crescimento do sector nos runs velhos – ou seja, runs que estiveram sujeitos a um processo de envelhecimento em cascos de madeira de carvalho por um mínimo de três anos –, “mais apetecíveis para mercados de exportação”, a aproximação entre as várias casas produtoras foi benéfica para chegar a outras paragens.
França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Bélgica, Coreia do Sul e Estados Unidos da América são, na opinião de Luís Faria, um dos responsáveis da produtora J. Faria e Filhos, os mercados prioritários para o rum agrícola da Madeira.
Segundo os produtores, a produção de rum está a aumentar cada vez mais e há já inovações com sucesso comprovado lá fora, como o envelhecimento em barricas de vinho Madeira. O novo portal em linha, é também uma maneira de levar notícias como esta a outros locais no mundo. www.rumdamadeira.com