Misturada com os edifícios circundantes, a história desta capela confunde-se com a Zona Velha do Funchal
ACapela de Nossa Senhora da Boa Viagem localiza-se no gaveto da Rua de Santa Maria com a Rua da Boa Viagem, no início da denominada Zona Velha do Funchal. Passa quase despercebida, dado que se encontra adossada às restantes construções dos arruamentos.
Não existem certezas sobre a quem era dedicada esta capela, dado que a documentação histórica não permite chegar a uma conclusão. O seu orago é desconhecido.
Certos autores supõem que as invocações mais prováveis seriam a de Nossa Senhora do Monte Olivete, associada ao morgadio, de 1675 de Pedro Lopes de Vasconcelos ou a de Nossa Senhora da Redenção e das Mercês do Carmo, fundada em 1655. Indicam, também, que na planta do Funchal de 1804, do brigadeiro Reinaldo Oudinout, é referida como sendo a Capela de Nossa Senhora da Oliveira.
A construção ocorreu no Século XVII. O ano de 1683 está inscrito na pedra de fecho do arco do portal, assinalando possivelmente a data do final da construção. O autor é também desconhecido.
Em 1877 é posta à venda em conjunto com a casa e armazém a que pertencia. No Século XX dá-se a profanação da capela, que serviu
como arrecadação. É doada em 1983 à Camara Municipal do Funchal, que efetua obras de reabilitação. Esteve encerrada durante alguns anos e reabriu ao público em 2018, como polo cultural, onde se realizam diversas exposições.
Em termos arquitetónicos a Capela é do estilo maneirista, com uma planta longitudinal simples. A fachada principal está orientada a Nascente, composta por um portal de volta perfeita, com a inscrição do ano de 1683, sobre pilastras, em cantaria, encimada por um friso e uma janela com moldura também em cantaria. A fachada Sul possui uma janela quadrangular emoldurada em cantaria e uma porta, também num formato regular, enquadrada por pilastras e encimada por um friso e cornija, em cantaria regional.
No interior destaca-se a parede de fundo, com uma estrutura em cantaria de volta perfeita que “emoldura” o retábulo em talha dourada, assim como o pavimento em grandes lajes de cantaria.
A capela é conhecida popularmente como da Boa Viagem, adotando a denominação do arruamento onde se localiza.