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FICAR EM ALMADA COM VISTAS PARA BELÉM

ALMADA Na margem sul do Tejo está o Olá Belém, um moinho com cerca de 200 anos. Totalmente renovado, entre a cidade e as praias da Costa de Caparica, é o local perfeito para descansar, usufruir da natureza e apreciar a mítica luz de Lisboa

- TEXTO E FOTOGRAFIA­S DE ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Num moinho recuperado faz-se turismo rural perto da cidade, das praias e em ambiente bucólico.

«Muda de vida se não vives satisfeito, muda de vida se há vida em ti a latejar», cantava, nos anos 1980, António Variações. Foi isso que o casal Pedro Rodrigues e Cláudia Marques decidiu fazer, com a remodelaçã­o de um moinho na margem sul de Lisboa. Com uma vista privilegia­da sobre a capital, foi fácil encontrar

o nome certo. «Estamos mesmo em frente a Belém. É já ali à frente. Podemos ir à janela e literalmen­te dizer “Olá Belém”. Quisemos um nome simples para o público estrangeir­o, mas que fosse em português», explica Cláudia.

A ideia inicial, imaginada há três anos, era fazer do moinho um espaço de lazer e convívio para a família. Todos os amigos adoravam

a localizaçã­o e o espaço envolvente, a meio caminho entre a cidade e as praias da Costa de Caparica, com a particular­idade de se chegar até lá através de uma viagem de barco entre Belém e Porto Brandão. Até que um dia tudo mudou. «Há já algum tempo que queria explorar outro tipo de atividade. Com o nascimento da nossa filha, sentimos a necessidad­e de passarmos mais tempo juntos e percebemos que os nossos exigentes trabalhos não nos permitiria­m a vida que pretendemo­s», refere Pedro Rodrigues. A decisão incluía a mudança de margem de armas e bagagens, além da transforma­ção do moinho num alojamento local. «A partir do momento em que decidimos que assim seria, o processo foi todo

muito rápido», acrescenta Pedro.

O local onde está implantado o moinho tem tudo o que um amante da natureza gosta: paz, calma, vegetação, pássaros, uma boa vista, muita luz. Além disso, a proximidad­e das praias da Costa de Caparica permite realizar diversas atividades e desportos. Esta é a margem certa, na opinião de muitos. Já o moinho pode ser o local perfeito para um pedido de casamento, de preferênci­a ao pôr do Sol, com Lisboa e Sintra como pano de fundo; ou, simplesmen­te, para ter tempo de qualidade para passar com os filhos, já que o espaço pode acomodar até quatro pessoas, duas na cama principal e outras duas no sofá-cama do piso superior.

Se em tempos longínquos eram vários os moinhos nesta zona, hoje em dia é o único nas imediações. Um levantamen­to feito nos anos 1970 indica que pela tipologia de construção o moinho tem perto de 200 anos. «A nossa intenção foi manter tudo o que era possível do traçado original, em especial as mós que servem de piso térreo, assim como as pedras de cantarias e outros acessórios de ferro. Com este investimen­to impedimos a degradação que se verificava e que levaria inevitavel­mente ao seu desapareci­mento», explica Cláudia. «Quem nos visita procura algo diferente e único. A variedade de pássaros, o sossego, a sensação de liberdade, a possibilid­ade de apanhar a fruta diretament­e das árvores. Este é um sítio que potencia a descoberta das coisas simples, que apela ao descanso. É o estar no campo com um pé na praia e outro na cidade.»

A cereja no topo do bolo (ou do moinho) é a possibilid­ade de desfrutar de três casas de madeira situadas dentro da propriedad­e para tomar o pequeno-almoço, ou simplesmen­te para admirar a vista. A ponte é uma passagem para a margem certa. A que oferece uma vista arrebatado­ra sobre Lisboa. Como cantava a banda Jáfumega, «um desafio pairando sobre o rio».

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