A ARMÉNIA NUM PRATO BEM CHEIO
LISBOA Ensopados de cordeiro e borrego, guisado de miúdos e várias combinações de saladas e vegetais são alguns pratos tradicionais do Ararate, restaurante arménio que abriu no Saldanha.
Foi uma lua-de-mel que deu frutos. Quando Karine Sarkisyan, recém-casada, visitou Portugal há 12 anos, apaixonou-se de imediato pelo país, para onde se mudou pouco depois. Mas não trouxe apenas o marido. Trouxe na bagagem as tradições e sabores arménios. O resultado chama-se Ararate, é o primeiro restaurante arménio em Portugal e acaba de abrir portas, a dois paspensadas sos do Saldanha e da Gulbenkian. A viagem pelos sabores arménios faz-se essencialmente através de guisados, ensopados e grelhados, com muitas especiarias e ervas aromáticas ao barulho. A carne e os vegetais tomam as rédeas de uma cozinha pouco assente no peixe: na Arménia só se pescam essencialmente esturjão e truta, peixes de rio.
«A Arménia é um país muito frio, e eles alimentam-se bem logo quando acordam», conta a dona do restaurante com influências árabes e asiáticas. A putukh, que os arménios comem de manhã, é um ensopado de cordeiro com grão-de-bico, batata, cebola e tomate, servida em tacho de barro e coberta com crosta de pão caseiro. Ainda nos guisados, os rolos de vitelão são envoltos em folhas de videira vindas da Arménia.
O tjvjik, ótimo se o objetivo for petiscar, é um guisado de miúdos de cordeiro e vitela que já é um dos pratos-estrela. Para opções mais saudáveis, as saladas são várias: de bulgur, de aipo, de beterraba fumada e queijo, ou de legumes grelhados, com beringela, tomate e pimento verde. As doses são bem servidas e
para serem repartidas em grupo. Tal como os dois pães artesanais e tradicionais na Arménia. O lavash é muito fino, feito com farinha de trigo, sem levedura; e o matnakásh é achatado e tem uma crosta dourada. A visita ao Ararate, o mesmo nome do monte sagrado na fronteira entre a Arménia e a Turquia, não pode ser feita sem provar o
khachapuri, pastel em forma de barco recheado com queijo e que leva gema de ovo no centro. Vem crua e mistura-se já na mesa, antes de comer. Ah!, e come-se com as mãos.