Evasões

UMA RUA GRATA AO SOL

- TEXTOS DE TIAGO GUILHERME FOTOGRAFIA­S DE PAULO SPRANGER/GI

Restaurant­es do mundo e de comida regional, uma padaria e outras lojas tradiciona­is para descobrir a rua do Sol ao Rato, em Lisboa.

São vários os locais na capital que referem o astro-rei: a Rua do Sol a Chelas, a Rua do Sol à Graça, a Rua do Sol a Santana, a Rua do Sol a Santa Catarina, Largo das Portas do Sol e o Beco do Forno do Sol. Desta vez concentram­o-nos na Rua do Sol ao Rato.

Éfamosa a luminosida­de de Lisboa, a capital portuguesa é mesmo uma das que mais horas de sol por ano recebe na Europa. A luz de Lisboa deve-se também a outros dois fatores que refletem o sol: o rio Tejo ser tão largo e os passeios em calçada portuguesa serem maioritari­amente feitos com pedras brancas. E a cidade retribui esta caracterís­tica com toponímia, como é o caso da Rua do Sol ao Rato.

Esta artéria liga duas importante­s zonas da cidade: o Largo do Rato e Campo de Ourique. É uma rua estreita e a subir para quem a percorre desde o Rato, com prédios interessan­tes aqui e ali, mas sem grande movimento. Mas esta rua de passagem e ligação entre bairros tem pontos de interesse que merecem uma deslocação, desde restaurant­es até um bar original e acolhedor. Dizem os moradores, da parte de cima da rua e da Rua de Campo de Ourique – um prolongame­nto da do Sol ao Rato –, que o comércio foi perdendo força com o fim do elétrico 25, mas felizmente permanece algum já bem antigo e outro mais recente.

01 SABORES DO RATO | Nº 3

Ainda cá fora o restaurant­e anuncia em grandes letras: Choco frito e Naco na pedra. E são estas as duas especialid­ades e os pratos que têm mais saída neste espaço comprado em 2011 para ser o Sabores do Rato. «Ninguém é de Setúbal, mas apostámos no choco frito e tem sido um sucesso», explica Filipe Cardoso, um dos sócios-gerentes. Já os nacos na pedra há os de vaca, porco e atum com camarão. «Tudo é feito na hora e por vezes pode levar um pouco mais de tempo. Mas preferimos assim, servir com qualidade», remata Filipe. Fecha ao domingo.

02 NATRAJ TANDOORI | Nº 52

Só pelo ambiente e decoração já valeria uma visita. A cor bordeaux domina e a madeira trabalhada e os objetos étnicos ajudam-nos a viajar até ao Oriente. «Isto é madeira da Índia, veio tudo de lá», conta o dono Palwinder Singh. Os grelhados Tandoori e os diversos Masala têm mais saída. A simpatia do serviço é outro ponto a favor. Não fecha.

03 WINSTON BAR | Nº 61B

O nome não engana, muito pelo contrário. Neste bar o político britânico,

primeiro-ministro do Reino Unido durante a II Guerra Mundial, é o grande homenagead­o, seja na decoração seja com bons gins, uma das bebidas preferidas deste estadista. Há quatro salas, uma grande e três mais pequenas, e ainda um pátio. Fecha às segundas.

04

CASA DOS PASSARINHO­S | R. SILVA CARVALHO Nº195 Nasceu como uma tasquinha em 1923, mas há 30 anos começou a crescer até ser o que é hoje, com duas salas. Cozinha portuguesa no seu esplendor, com produtos frescos e bem tratados pelas mãos de quem os trabalha. A relação preço/qualidade classifica este espaço como bastante honesto e parece não funcionar em função da vaga turística. O Naco na pedra, o bife de atum, o arroz de tamboril com gambas, os secretos de porco preto... são algumas das especialid­ades. Fecha ao domingo.

05

A PANIFICAÇíO MECÂNICA LDA | R. SILVA CARVALHO Nº 209 A beleza desta padaria e pastelaria começa no exterior com as suas montras de ferro pintado a verde. Lá dentro ainda é mais bonita, com clara inspiração na arte nova e com azulejos da Fábrica Bordallo Pinheiro. A Panificaçã­o Mecânica é de 1942, mas a origem como casa de pão remonta a 1902. Os croissants de ovo e canela estão sempre a sair. Fecha ao domingo.

06

RESTAURANT­E ILHA DA MADEIRA | R. CAMPO DE OURIQUE Nº 33 O nome diz quase tudo. Tem várias especialid­ades da Madeira, como bolo do caco, picadinho à ilha, espetada à madeira, filetes de peixe-espada com banana, bife de atum à madeira com batata-doce, massa de peixe à ilha.

07

PRINCESINH­A DE OURIQUE | R. CAMPO DE OURIQUE Nº 24 «Até 1984 foi uma retrosaria que recuperava meias», quem o diz é José Carlos Rodrigues, o gerente. É há 34 anos uma casa que vende toalhas de banho, lençóis, pijamas, edredons, meias, panos da louça, toalhas de mesa, resguardos de cama, camisas para homem... É daquelas lojas de outro tempo que merecem o nosso carinho e visita, para que nunca morram. Fecha ao domingo.

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal