O ITALIANO SEM PIZAS

Gaetano Barone chegou a Portugal há pouco mais de dois anos, e no início de setembro decidiu abrir o Il Ristorantino. Na carta não há pizas: reinam os risotos, algumas pastas tradicionais, e uma sobremesa especial, a torta caprese.

Atorta caprese, originária da ilha italiana de Capri, é uma espécie de bolo bastante húmido, feito com chocolate, amêndoa e sem farinha, e tem um lugar de destaque entre as sobremesas do Il Ristorantino. «É feita com muito chocolate e muito amor», garante Gaetano Barone, o chef e proprietário do novo restaurante italiano da cidade. É natural de Milão e veio para Portugal com a família há pouco mais de dois anos, em busca de «uma nova experiência», ainda que a restauração não lhe seja estranho ofício.

Foi em Verona que abriu o seu primeiro projeto – uma loja de street food e pizaria –, mas agora, no Il Ristorantino, não há lugar para pizas. Na carta, repleta de receitas tradicionais italianas, os grandes protagonistas são os risotos, cremosos como se quer e de sabores intensos.

O de queijo gorgonzola e pera, por exemplo, não figura na ementa mas é frequente nas sugestões de fim de semana. Já o de speck fumado, curgete e açafrão está sempre disponível, ou ainda o típico risoto à milanesa, que vem acompanhado de ossobuco – «cozido lentamente», nota Gaetano –, e é terminado com salsa e limão.

As pastas completam a oferta, em versões mais populares, como o tagliatelle de ragu, e outras que, não sendo tão conhecidas, têm vindo a ganhar adeptos. É o caso do

linguini alla genovese, feito com carne de vitela, cebola e guanciale cozido, um dos pratos favoritos do chef. Grande parte dos produtos chegam diretamente de Itália, como os queijos, os enchidos e, claro, os vinhos, na sua maioria da região da Toscana, e que também têm lugar de exposição na pequena e acolhedora sala.

A ode à cultura do país só fica completa com um mural onde se leem frases de canções italianas e ainda uma especial homenagem à premiada escritora e poetisa Alda Merini.

Ao fundo, a caprese espera pela hora da sobremesa, resguardada por uma redoma de vidro, sob um grande livro dos anos 1960 pregado na parede e que guarda mais imagens de Milão, como um álbum de recordações.