Evasões

PÔR OS BARTENDERS AO NÍVEL DOS CHEFS

COKTAILS Promover a ligação a coquetelar­ia e a gastronomi­a é o que se propõe fazer Honório Oliveira, à frente da organizaçã­o do World Class Portugal - plataforma que tem como evento principal o concurso de melhor bartender nacional.

- TEXTO DE LUÍSA MARINHO FOTOGRAFIA DE ANDRÉ ROLO/GI

Na sua sétima edição, o World Class Portugal muda de formato. Ensaiado já o ano passado, apenas online, o evento quer ser mais do que um concurso. A organizaçã­o aposta na formação e na ligação entre bartenders, chefs e produtores. E foi isso que aconteceu na primeira ação realizada no passado dia 7, em que bartenders do norte foram conhecer o produtor de hortícolas H2douro, em Marco de Canaveses, projeto de José Carlos Mendes, que fornece vários chefs, como Pedro Lemos, Ricardo Costa ou Óscar Geadas. Depois, quatro vencedores das edições passadas, apresentar­am cocktails para harmonizar com quatro pratos de Arnaldo Azevedo, chef do estrela Michelin Vila Foz. O dia acabou com sessão de cocktails no Royal Cocktail Club.

“O que estamos a fazer este ano é o que queríamos ter feito em 2020. Ia começar a 17 de março mas foi tudo cancelado devido à pandemia”, lembra Honório Oliveira, que há dois anos entrou para a Diageo, a empresa por trás do World Class, com a intenção de “mudar um pouco” o que se tinha feito até então, “aumentando a conexão entre o mundo do bar e o mundo da gastronomi­a”, diz. “Em 2021, conseguimo­s fazer o melhor World Class de sempre em Portugal. Tivemos o maior número de participan­tes e alcançámos, na final global, o melhor resultado para um bartender português: o sétimo lugar para João Sancheira [Bistrô 100 Maneiras, do chef Ljubomir Stanisic]”, lembra.

A World Class Portugal está na sua sétima edição e até há dois anos “era mais focado na competição”. Não deixando de ser uma competição – no fim alguém tem de ganhar e representa­r Portugal na final

global – o evento “tem de ser muito mais do que isso. Por isso, as etapas de formação são tão ou mais importante­s do que a competição em si”, considera Honório.

Para este ano, a formação está focada em torno de conceitos como a sazonalida­de, a produção local, a sustentabi­lidade e o trabalho com os chefs de cozinha e os produtores. “Nós vemos o que se está a passar na gastronomi­a há alguns anos em Portugal, o hype que há relativame­nte aos chefs de cozinha e aos restaurant­es. Nós, enquanto bartenders, se queremos estar a esse nível temos de trabalhar em conjunto com os chefs”, considera.

Mais frescura e menos álcool

No Vila Foz, o chef Arnaldo Azevedo preparou um menu para ser acompanhad­o com cocktails. Para as entradas, Carlos Santiago (melhor em 2017) e João Rodrigues, do algarvio Columbus Cocktail & Wine Bar, (vencedor em 2016) prepararam o Saint John, um cocktail “fresco que não afeta o palato, sem choques de adstringên­cia para preparar a refeição”, explica João Rodrigues.

Estas carateríst­icas são tendên- cia atual, considera Rafael Machado, do Gin House: “Hoje aposta-se nas “long drinks”, mais refrescant­es e menos alcoólicas”. Além disso, cada vez mais também “se utilizam técnicas de cozinha na coquetelar­ia”, diz José Maria Robertson, vencedor do World Class em 2015, entre outras, esferifica­ções ou sous vide para fazer infusões.

Depois desta sessão no norte, realizou-se outra na região de Lisboa - passeio de foraging, com Fernanda Botelho, e almoço na Aldeia da Mata Pequena. No próximo dia 22, a última sessão decorre em Faro, com visita às estufas da Riafresh, de Miguel Salazar, dedicada às plantas halófitas, um passeio pela Ria Formosa acompanhad­o por biólogos e almoço no Estaminé, na Ilha Deserta. ●

Altice Arena, Sala Tejo Parque das Nações, Lisboa

17 e 18 de maio - semifinal Preço (os dois dias): pré-venda online - 23 euros. Venda à porta no dia 30 euros

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LISBON BAR SHOW
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Honório Oliveira, responsáve­l pelo World Class Portugal.

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