Evasões

PEIXE FRESCO NO CORAÇÃO DAS CAXINAS

VILA DO CONDE Chama-se O Pescador Padeiro esta casa familiar, com o ambiente típico da maior comunidade piscatória do país. O pescado vem diretament­e dos barcos da terra, o que faz com que na carta só conste o que o mar deu.

- TEXTO DE ANA TROCADO MARQUES FOTOGRAFIA DE ANDRÉ ROLO/GI

Não somos chiques! É uma casa humilde, mas tem comida caseirinha e peixinho sempre fresco”, atira Vânia Junqueira, sorrindo. A descrição assenta que nem uma luva n’ O Pescador Padeiro. Ali, nas traseiras do mercado, a dois passos da praia, nas Caxinas, em Vila do Conde, o ambiente é descontraí­do, a decoração “sem luxos”. E os empregados são tios, irmãos, sobrinhos e primos.

No coração da maior comunidade piscatória do país, o peixe é dos barquinhos da terra e, por isso mesmo, ali, anda-se ao sabor da maré e, a cada dia, “só há o que o mar deu”. Sardinha, faneca, marmota e carapau estão na grelha ao lado de sargos ou robalos e fazem do peixe petisco para todas as carteiras.

O Pescador Padeiro abriu portas há 36 anos, tantos quantos Vânia tem de vida. A “cachopa” nasceu pouco depois. Antes de casar, o pai andou na pesca do bacalhau lá para os lados da Terra Nova. Depois, trocou a vida dura dos mares gelados por um emprego “certinho e perto de casa” como padeiro. Quando, já casado, decidiu abrir o restaurant­e, o nome só podia ser aquele: O Pescador Padeiro, a alcunha por que todos o conheciam.

O forte, por ali, “foi sempre o peixe fresco”, conta Vânia, que, hoje, toca o negócio com a mãe Alexandrin­a e o i rmão Carlos. Começou aos oito anos, que “era preciso aj udar e os pais não eram ricos”. Por lá ficou. Carlos segue as pisadas do pai - entretanto já falecido - e é, agora, o dono das brasas, Alexandrin­a continua a ser a cozinheira e Vânia trata das mesas, das compras e de “todas as burocracia­s”. Depois, são mais três empregados, todos família, numa equipa que, no verão, fruto do aumento de movimento, é reforçada à medida das necessidad­es.

7,50 euros peixe frito com arroz de feijão, bacalhau à Padeiro, peixes grelhados e tábua de marisco

pudim, tarte gelada, doce e delícia da casa

Alexandrin­a, na cozinha, Vânia na sala e Carlos nas brasas levam em frente o negócio familiar sal) “depende sempre do que o mar traz”. Mesmo sem ser “chique”, “O Pescador Padeiro” atrai clientes de Guimarães, Paços de Ferreira, Santo Tirso ou Fafe.

Nas paredes, há fotografia­s do mar, o ambiente é o típico das Caxinas e o assador é à entrada, à vista de todos. O peixe pode ser escolhido a ver. O lugar é amplo, mas meio escondido, numa vielinha, paralela à praia. O passa-palavra é mesmo a melhor publicidad­e e, quem no verão, vem ali à praia, no inverno acaba por voltar. O resto? “É ter o peixinho sempre fresco, que compramos diretament­e aos barcos e, sem intermediá­rios, conseguimo­s melhores preços”, remata Vânia. ●

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