GASTRONOMIA E CULTURA NO SOPÉ DA SERRA
VILA NOGUEIRA DE AZEITÃO Entre a Praça da República e a Rua 25 de Abril, em Oleiros, estende-se a principal rua de Azeitão. Nela cabem duas casas-museu, doçaria regional, o mercado municipal, lojas e variados restaurantes.
José Augusto Coelho, vinicultor descendente do conceituado azeitonense António Coelho, passou a batizar a principal rua de Vila Nogueira de Azeitão em 1919, a título póstumo, por deliberação dos autarcas locais, e não sem alguma polémica. Segundo se lê num artigo partilhado pelo Arquivo Municipal de Setúbal, era tido como um “homem modesto” e “avesso a homenagens”. O jornal O Setubalense descreveu-o mesmo como “o amigo protetor da pobreza de Azeitão”.
O azeitonense cultivava também o gosto pela música e pelo canto, tanto que fundou a Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, em 1882, ainda em atividade. No plano político, assumiu-se republicano e integrou a primeira Comissão Administrativa do Concelho de Setúbal, em 1910. É desse ano, de resto, que data a fundação da Casa das Tortas, um dos muitos espaços de restauração que hoje em dia dão fama à vila, espraiada no sopé da Arrábida. E há muito mais por descobrir. ●
CASA DAS TORTAS | PRAÇA DA REPÚBLICA | N.º 37A
Esta antiga mercearia, fundada em 1910 e gerida por Paulo Ferreira, é hoje um dos lugares de bem comer mais procurados na vila. O forte da carta é a carne e o peixe grelhado, mas vale a pena pedir o bacalhau desfiado com pimentos e batata frita e, no verão, o gaspacho andaluz, e terminar com uma torta de Azeitão e um moscatel. Encerra à segunda.
IGREJA DE SÃO LOURENÇO
Construída no século XVI em estilo maneiri s t a , s óbr i o e pró pr i o do ambiente r ural, a i greja destacas e pel os pai néi s de azul ej os do século XVIII que adornam o i nteri or. São de notar, ainda, a capelamor com um al t ar em mármore proveniente da Serra da Arrábida e o re t ábulo em t al ha dourada do séc XVII, com uma tel a a representar a Última Ceia.
WINE CORNER | N.º 1
A Casa do Canto, antiga casa da família Soares Franco que hoje conduz os destinos da José Maria da Fonseca, deu lugar ao descontraído Wine Corner. A carta foi criada pelo chef setubalense Luís Barradas e aposta nos petiscos - da horta, do mar e da serra -, com alguns toques internacionais. Os vinhos do produtor podem ser provados a copo. Encerra à quarta-feira.
CASA-MUSEUU JOSÉJOSÉ MARIA DA FONSECA | N.º 11-13
A história da empresa José Maria da Fonseca, fundada pelo matemático de Nelas que não tinha qualquer experiência em vinhos, é contada ao detalhe nestas visitas. Recuperada em 1923 pelo arquiteto Ernesto Korrodi, a casa-museu tem um jardim, vinhas e dá acesso às adegas onde estagiam os vinhos Periquita e os mais antigos moscatéis de Setúbal. No final há prova de vinhos. Visitas diárias.
CASA-MEMÓRIA JOANA LUÍSA E SEBASTIÃO DA GAMA | N.º 109
Este equipamento cultural, instalado na casa onde Joana Luísa da Gama (viúva do poeta) viveu, foi inaugurado há um ano, no dia em que Sebastião da Gama faria 97 anos. O professor, autor do célebre poema “Pelo sonho é que vamos” e eterno defensor da Arrábida tem aqui a perpetuação do seu legado, com uma mostra de coleções inéditas e objetos pessoais. Encerra à segunda.
PASTELARIA O CEGO | N.º 150
O porquê do nome e a própria história das tortas são aqui desvendados por José Pinto, que aprendeu a fazer o doce com o pai e assumiu o negócio, comprado nos anos 1970, depois de ele se reformar. Além das tortas e dos esses, José destaca os doces que criou, como os pastéis de requeijão de ovelha e amêndoa e os “memés” ( pastéis crocantes recheados com requeijão de ovelha fresco e doce de ovos).
O MELHOR CROISSANT DA MINHA RUA
| N.º 156
A morada em Azeitão integra a lista de 20 lojas d’ O Melhor Croissant da Minha Rua, uma marca criada por André Cidade na vila próxima de Sesimbra. O menu inclui sempre um croissant especial do mês - em abril é o Nostálgico, com creme de pistachio - e 15 sabores fixos, doces e salgados, a par de outros croissants disponíveis por encomenda. Não encerra