Evasões

CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS VERDADES CENTRO DE ACOLHIMENT­O DE PEREGRINOS

LOUISE, REINO UNIDO

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ção até Compostela, esperanços­as de que o Caminho Português da Costa não seja tão difícil quanto outros que já percorrera­m. É uma estreia em Portugal e um regresso ao caminho, depois de um longo intervalo imposto pela pandemia.

“O Porto é um l ocal de passagem, mas sempre foi muito escolhido como ponto de partida”, nota Manuel Araújo, técnico superior do Arquivo Histórico Municipal e um apaixonado pelos Caminhos de Santiago, que estuda há quase 30 anos. “Desta cidade saíam três caminhos. Um via Braga, para aqueles peregrinos mais religiosos. Os que queriam fazer o trajeto mais recto, escolheria­m aquele que hoje é conhecido pelo caminho central, que passa por Barcelos e Ponte de Lima. E depois havia outros que fariam pela costa”, explica.

Para muitos peregrinos, o périplo iniciase aqui, na Sé. No antigo claustro românico da catedral existiu uma capela dedicada a Santiago, cuja imagem pode agora ser admirada numa visita ao

O espólio em exposição permanente reúne uma centena de peças de ourivesari­a, paramentar­ia, livros litúrgicos, gravuras e relicários. A visita vale ainda pelas obras de Nasoni que adornam as paredes da capelamor e da sacristia.

Nas traseiras do santuário, os caminhante­s encontram na um novo

do Caaminho de Santiago, onde podem pedir informaçõe­s sobre o trajeto ou alojamento, e ainda adquirir o mapa e o carimbo na credencial do pere

Encontramo­s Louise a caminhar a custo na rua de Cedofeita. No ano passado, enquanto fazia o caminho a partir de Madrid, caiu e rompeu um músculo. E apesar de ainda não estar completame­nte recuperada, a vontade de voltar à estrada falou mais alto. “Tenho de fazer isto outra vez”, pensou, e lançou-se de novo ao percurso iniciado um ano antes, munida de “cerveja e Ibuprofeno”, brinca. O caminho está-lhe gravado no corpo. A vieira tatuada no braço direito e o pendente ao pescoço dizem que não é novata nestas andanças. “Em 2012 fiz o meu primeiro caminho, depois de um momento muito difícil. Agora faz parte da minha vida”, conta. Já foi a Compostela a pé uma dezena de vezes. “Fazer caminhadas de longa distância com um propósito é o que me alimenta”, partilha. No balanço dos últimos dias contabiliz­a já mil quilómetro­s, e tece largos elogios aos Bombeiros Voluntário­s de Lourosa, que a acolheram. Na última noite acampou no meio das árvores. Esta há-de ficar no Albergue de Peregrinos do Porto.

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