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DOMINGOS ALVÃO FOTOGRAFOU O PROCESSO DE INSTALAÇÃO DA FÁBRICA DESDE O ZERO

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tudo ali foi documentad­o desde o zero é uma fotografia da charneca da Maceira assinada por Domingos Alvão. “Não era normal chamar um famoso fotógrafo do Porto à Maceira para tirar fotografia­s a um terreno vazio; mas houve esse cuidado”, comenta, enquanto conduz a visita pelo museu, que também aborda o processo de fabrico e a atualidade da indústria cimenteira. Com ele, seguem Rogério Ferreira e Abílio Frade, ex-operários habituados a guiar os visitantes pela fábrica, e com muito para partilhar sobre ela.

Claro que a primeira história a contar é a do cimento, que tem origem romana e era feito com cinzas vulcânicas, entre outros recursos, explica Nuno. “O cimento dos romanos é natural; o de hoje é cimento artificial, que tem uma grande capacidade de resistênci­a”, prossegue. Ao longo do percurso, quem vem de fora fica a saber como é feito agora o cimento (existem diversos tipos, consoante a aplicação desejada). Aprende também a distingui-lo do betão (uma argamassa constituíd­a por cimento, areia, brita e água), e outras curiosidad­es. Uma delas é que o cimento, antes, era comerciali­zado em barricas de madeira. Mas a visita à Maceira-liz não se esgota no museu - há todo um circuito a descobrir. Lá fora, o olhar fica logo preso à locomotiva a vapor da fábrica, que funcionou de 1926 a 1987, atingindo uma velocidade máxima de 30 quilómetro­s/ hora - para suprir as necessidad­es de transporte, quando tudo começou, foi construído um ramal de ligação à linha do Oeste, entre Maceira e Martinganç­a.

Outros espaços musealizad­os a conhecer são a sala de compressor­es (onde se gerava o ar comprimido necessário para laborar); e a central turbo-geradora (remonta a 1928, foi criada para produzir energia elétrica para as linhas de produção de cimento, e escondia outra central térmica por baixo). A fábrica insere-se num conjunto mais vasto, englobando, por exemplo, as pedreiras e o chamado jardim jurássico. Este último procura recriar um cenário de há mais de 150 milhões de anos e apresenta uma pequena coleção de fósseis encontrado­s ali.

FÁBRICA MACEIRA-LIZ

Maceira, Leiria

Tel.: 244779900

Web: secil-group.com/museu

Visitas no primeiro fim de semana de cada mês (sábado e domingo), das 14h às 18h. Noutras datas, só por marcação.

Preço: entrada gratuita

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