As irmãs Luísa e Maria dão continuidade ao legado do tetravô José Silvério Vieira de Sousa
A UNIÃO FAZ A FORÇA TRADIÇÃO FAMILIAR DE CINCO GERAÇÕES
lógios pendurados numa parede roubam as atenções. “Estão todos parados, de propósito. Aqui, é a natureza que manda”, explica Vanessa. Nos últimos quinze anos, produziram-se dezena e meia de referências vínicas, deixando brilhar os Douro DOC e as castas autóctones, num “respeito pela uva”, apoiado pelo enólogo Carlos Raposo, muito ligado ao Douro no seu percurso. O resultado são vinhos “elegantes, precisos, com frescura e durabilidade”, conta Raposo sobre a quinta que chega a colocar no mercado 100, 120 mil garrafas ao ano.
Algumas etapas marcantes foram a produção do primeiro tinto doce do Douro, em 2011, a estreia no azeite biológico, mais recentemente, e a celebração dos 90 anos das Vinhas Velhas da quinta, que já originaram oito colheitas, entre 2007 e o presente. Atual é ainda a aposta ambiental, com adega gerida a energia solar, compostagem e vinhas com pouca intervenção, por exemplo. Entre os próximos projetos está a aposta num amendoal, árvores de fruto, hortas e no turismo de habitação.
Este ano, a reabertura do enoturismo traz visitas para conhecer de perto a adega, lagares e garrafeira, além de provas variadas, que podem ser acompanhadas por tábuas de petiscos, mas também piqueniques e almoços vínicos, sem perder os olhos do rio que serpenteia as encostas em redor. A loja online, no site oficial, ajuda a encurtar as distâncias, enquanto não chega a altura de ir até lá provar as colheitas da casa.
A menos de dois quilómetros dali, em Sabrosa, outra quinta espelha a força da união no mundo vínico. Foi há 22 anos que um grupo de pequenos produtores se uniu para dar o devido palco às uvas durienses, dando origem à
eleito Melhor Produtor do Ano pela Revista de Vinhos em 2004. O resultado cultiva-se hoje em 600 hectares de vinha, em 20 quintas espalhadas pelas três subregiões do Douro – Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior. “Os vinhos sem histórias não são nada”, frisa Olga Martins, CEO da empresa, onde está desde o seu início. “Estes lavradores acreditaram na união, todos sentiam na altura que a valorização das uvas Douro DOC era baixa”, acrescenta a responsável.
O ano de 2022 marca “a realização de um sonho” e um capítulo importante para a marca, que acaba de se estrear no enoturismo, com a construção da nova adega e loja de vinhos, na Quinta do Medronheiro, também a sua sede. Além do percurso pelas várias fases de vinificação, a sala de provas tem vista desafogada
Há cinco gerações que esta família está ligada à produção de vinho do Porto, mas só em