Evasões

O NOVO FÔLEGO DAS DOCAS

LISBOA Do karaoke à animação de DJ e às cozinhas do mundo, os novos restaurant­es e bares da Doca de Santo Amaro têm ajudado a trazer uma necessária nova vida à marina.

- TEXTOS DE NUNO CARDOSO EOTOGRAFIA DR

Foi há quase três décadas, ia a década de 1990 a meio caminho, que os velhos armazéns portuários do Porto de Lisboa, em Alcântara, ganharam nova vida, trazendo um corredor refrescant­e de restaurant­es, bares e esplanadas em zona ribeirinha, junto ao Tejo e à Ponte 25 de Abril, vizinhos do porto onde se atracam barcos, veleiros e iates. O primeiro a abrir portas foi o Doca de Santo, que ainda hoje funciona, seguindo-se moradas para todos os gostos e carteiras, quer para comer ou para beber um copo e dançar noite fora. E se é verdade que a Doca de Santo Amaro está longe dos picos de popularida­de de outros tempos, amolgada ao longo dos anos com a concorrênc­ia feroz de outros focos noturnos como Bairro Alto e Cais do Sodré, também é certo que as Docas estão a atravessar uma clara revitaliza­ção. Só nos últimos meses, a chegada de três novos restaurant­es e bares (com agenda cultura e até karaoke) trouxe um maior público a esta marina de Alcântara, algo que já está a ser encarado como o início de uma nova era.

IZANAGI | ARMAZÉM 0

A robata, a grelha japonesa, é um dos fortes desta casa aberta há quatro anos e liderada pelas mãos de Daniel Rente (chef do grupo Sushicafé) e José Luís Barros (chef residente). Na grelha, há vieiras com citrinos e miso, bacalhau fresco, costeleta de borrego com molho satay, frango ou costeletas de porco carameliza­das. No Izanagi, cabem clássicos como as gyozas, a katsu sandu (a sandes de porco panado) e pratos como polvo com vinagrete de pimentos. Ao almoço dos dias úteis, há menus a 11,50 euros. Das 12h30 às 22h30. Não encerra.

GOLDEN VISTA , ARMAZÉM 13

O novo inquilino das Docas traz o ambiente de um mercado de rua chinês até Alcântara, com caracteres em neón, lanternas vermelhas, pinturas de animais do horóscopo chinês, cozinha aberta e as especiaria­s e condimento­s locais à mostra. A street food daquele país é o pilar do Golden Vista, que acaba de abrir juntando comida e karaoke, com um palco para dar uso às cordas vocais no piso superior (depois de consultar a playlist musical

num Qr-code) e uma sala de karaoke privada onde cabem até 12 pessoas. À frente da cozinha está o chef André dos Santos, que aqui prepara spring rolls, asas de frango glaceadas, salada fria de algas, panquecas de cebolinho, baos (pato, porco, camarão, tofu), noodles e arrozes fritos, dumplings, baozi e pratos principais como frango agridoce, camarão picante e char siu de porco. Destaque ainda para as 17 referência­s vínicas, as cervejas chinesas e os cocktails de autor. Um bónus é o facto de a cozinha não fechar, permitindo petiscar entre refeições. Das 12h às 00h. Quinta a sábado, até às 02h. Encerra segunda e terça. Preço médio: 20 euros.

DESCARADO | ARMAZÉM 14

No lugar do Doca Peixe, surgiu um dos mais recentes reforços das Docas. Com espírito jovial e cosmopolit­a, o Descarado é uma casa onde se pode ir comer, mas também só beber um copo e dar um pé de dança, com animação de DJ à noite. Salada de polvo coreana, tacos de salmão e atum, carpaccios, ovos rotos com trufa, polvo assado, bacalhau confitado e arroz nero de carabineir­o são alguns dos pratos da carta. Na mixologia, há escolha entre os grandes clássicos – Bloody Mary, Pisco Sour, Moscow Mule e por aí fora – mas também as criações da casa, como o Formiga da Costa, que junta mescal, puré de maracujá, sumo de lima, xarope de agave e hortelã.

CONTRA | ARMAZÉM 18

No final do ano passado, as Docas ganharam uma morada eclética e híbrida, que junta comida, DJ, exposições, concertos e poesia. A fachada destaca-se de longe, com a escultura Mulher Maravilha, que esteve no extinto Rio Maravilha e aqui ganha novo poiso. Inaugurado por quatro amigos, dois dos quais fundadores dos mexicanos Las Ficheras e Mez Cais, o Contra mune-se de uma cozinha variada, com croquetes vegetarian­os e de cachaço, tártaros, ceviches, tacos de camarão, polvo grelhado com o seu arroz, a corvina à moda tailandesa e carnes maturadas. Com o desenrolar da noite, a sala dá lugar a pista de dança ao fim de semana, com animação de DJ, mas na agenda cultural cabem exposições, mostras de pintura, poesia e concertos ao vivo de bandas emergentes, por exemplo. Das 12h às 01. Sexta e sábado, até às 04h. Encerra segunda. Preço médio: 25 euros.

LAT.A| ARMAZÉM CP

A América Latina serve de inspiração ao restaurant­e que se move ao ritmo do samba, da salva e do merengue. Do Peru, chegam ceviches de peixe branco e atum e do México provam-se cinco variedades de tacos, aguachile e quesadilla­s. Há ainda empanadas argentinas e pratos brasileiro­s – feijoada, picanha, moqueca de corvina ou bobó de camarão. As margaritas, piscos, caipirinha­s e mojitos compõem o ramalhete, entre paredes coloridas e sombreros. Das 12h às 16h e das 18h às 23h. Não encerra. Preço médio: 20 euros..

DOCA DE SANTO | ARNAZÉM CP

É um clássico da zona e celebra 27 anos, tendo sido renovado há quatro, tornando-se mais descontraí­do e luminoso. Os petiscos são um dos fortes, entre gambas ao alho, croquetes, chamuças, caldo verde, pica-pau do lombo, empadinhas ou choco frito, aos quais se junta uma cozinha de inspiração eclética, que vai do risoto de cogumelos ao caril tailandês de legumes. A ampla esplanada é uma das mais-valias. Das 12h às 00h. Sexta e sábado, até às 01h. Não encerra. Preço médio: 20 euros.

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