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VILA DO CONDE

Dois ranchos rivais, um centro histórico engalanado, fogo-de-artifício no rio, Toy e uma pedrinha na fonte. Assim se faz a festa do padroeiro.

- TEXTO DE ANA TROCADO MARQUES

Arivalidad­e entre os dois ranchos da terra tem cem anos. É ela que faz do S. João de Vila do Conde uma festa única e cheia de tradições de outros tempos. Há cascatas espalhadas pela zona histórica, manjericos e alho-porro, cantares ao desafio, farturas e carrocéis, sardinhas assadas, marchas luminosas na avenida central, fogo-de-artifício junto ao rio Ave e festa pela noite. No final, a pedrinha na fonte de S. João e um segredo para revelar.

O programa começa bem antes da grande noitada: hoje mesmo há cantares ao desafio. Na Igreja Matriz, o Rancho da Praça. Do outro lado, junto ao Mosteiro de Santa Clara, o Rancho do Monte. Traja-se a rigor e erguese a voz a plenos pulmões, numa espécie de cantares ao desafio. São os cantares a S. João que, a uma semana do dia, anunciam as festas do padroeiro.

A partir de amanhã, inauguram-se as cascatas. São 12 espalhadas pela zona histórica da cidade e ficam até 26 de junho. Segui-las é uma boa forma de percorrer os sítios mais pitorescos da festa. À beira-rio, não faltam opções para comer sardinha assada. Na grande noite, Paulo Rodrigues, do Alfândega, não tem mão a medir. É dele o assador. Ali, chegam a vender-se 1500 sardinhas em meia dúzia de horas. Em frente à nau quinhentis­ta, com uma esplanada virada para o rio, em pleno centro da festa, o Alfândega está em lugar privilegia­do. Na noitada de S. João, a dose com dez sardinhas, batatas e pimentos vai custar 30 euros. No Bar da Praça, ali a dois passos, mais esplanada, mais sardinhas assadas. Ali, a iguaria típica dos santos popula

17 de junho de 2022

res mistura-se com o rancho - um dos protagonis­tas da festa – e o jantar é entre cantigas de outros tempos, t-shirts e cachecóis do rancho, entre “pracistas de alma e coração”.

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