Evasões

Porco preto para presuntos de luxo

BEHER PORTO

- TEXTO LUÍSA MARINHO FOTOS ARTUR MACHADO/GI

A marca de presunto Beher, tem na baixa da cidade invicta uma petiscaria que a representa. Leva o nome desta empresa familiar espanhola e aqui se come este presunto de porco preto ibérico alimentado sobretudo a bolota. Seja em tábuas, em croquetes ou nos ovos rotos.

“Para os espanhóis, o presunto é uma religião”, diz Adriano Silva, que em 2017 abriu com António Cunha, seu sócio, o Beher Porto. Nesta petisqueir­a tipicament­e espanhola, não faltam as três variedades de presunto da marca, nem tapas feitas com o mesmo, como é o caso das croquetas, dos bocadillos ou dos ovos rotos.

“Os donos da Beher já eram meus amigos e pediram-me para montar um espaço em franchisin­g no centro do Porto”, conta Adriano, que antes de se dedicar à restauraçã­o, já depois de reformado, trabalhou décadas como vendedor de máquinas ferramenta­s. No ano anterior à abertura do Beher, experiment­ou outro projeto de restauraçã­o, o Don Jamón, do qual saiu logo no início.

A marca espanhola, empresa familiar que vai na quarta geração, explora cinco quintas em Espanha, à volta de Salamanca, e duas no Alentejo. Só trabalham com porco preto ibérico (por cá também conhegama

BEHER PORTO Rua de Sá da Bandeira, 589, Porto Tel.: 222 053 048 Das 8h30 às 23h, de segunda a quinta; até às 24h à sexta e sábado; das 12h às 16h e das 19h às 23h ao domingo Preço médio: 20 euros

cido como porco alentejano) e selecionam-nos para as três variedades que produzem. “As curas são diferentes”, explica Adriano. O Roja - Cebo do Campo tem 24 meses de cura; mais premium é o Bernardo Selección, já com uma cura entre os 32 e os 38 meses; o topo de é o Oro (o presunto mais premiado do mundo, refere), com 42 meses de cura. Os dois últimos são bolota. “Quando andam nas quintas, os porcos comem bolota mas não só. Comem o que vão encontrand­o. Depois, os mais indicados são escolhidos para serem Bernardo Selección ou Oro. Aí, no último mês antes de serem abatidos, comem só bolotas.” Os outros são para fazer o Roja. A carne de um bolota “tem outro sabor, é mais macia”.

A cura é feita primeiro em sal. Cobrem as peças com sal, sendo que os quilos determinam o tempo de salgadeira. “Se tiver sete quilos, vai estar coberto durante sete dias, se tiver oito, está oito. Depois, entra em câmaras para estagiar no frio”, prossegue António Cunha.

Além do presunto, a casa serve parrillada com carne de porco ibérico grelhada em vários cortes (solomillo, presa, secreto, lágrimas ibéricas, entre outros). A carta de vinhos é vasta e inclui referência­s portuguesa­s e espanholas.

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