Evasões

Carne de pequenos produtores do norte

CASA LOURENÇO PORTO

- TEXTO LUÍSA MARINHO FOTOS LEONEL DE CASTRO/GI

CASA LOURENÇO Rua do Bonjardim, 417, Porto Tel.: 222 006 462 Web: casalouren­co.com.pt Das 9h às 19h30, de segunda a sábado

Esta loja centenária começou por se dedicar ao queijo da serra da Estrela, e tem hoje uma ampla secção de presuntos e enchidos.

Quando João Cunha entrou pela primeira vez, pela mão do seu tio, na Casa Lourenço, já lá vão mais de 50 anos, começou uma relação para a vida. Com apenas 12 anos, João mudou-se de Barcelos para o Porto para trabalhar na loja que o tio tinha adquirido aos anteriores donos.

Quem fundou a casa foi a família Lourenço, queijeiros da serra da Estrela que aqui vendiam os seus queijos e também frutas. Com os anos, a oferta foi crescendo, e rapidament­e se tornou também especializ­ada em presuntos, enchidos e fumados, bem como em vinhos, com uma pequena mas apurada garrafeira.

O destaque que aqui se dá ao presunto está à vista. Logo quando se entra, várias pernas penduradas na parede atrás do balão enchem o olho. “O presunto é variado e principalm­ente de pequenos produtores do norte do país, se bem que por vezes também há presunto alentejano de porco preto”, conta João.

A grande parte é, assim, produto nacional, “mas também temos espanhóis”, refere. Quanto a esses, atualmente só trabalham com porco ibérico, em paletas (nome que se dá às patas da frente do porco) já embaladas.

De resto, os porcos mais utilizados para o presunto português, e disponívei­s atualmente na Casa Lourenço, são os bísaros, da zona de Vinhais, e os serranos, que se usam de uma forma geral em todo o norte. Chaves, Vila Real, Boticas, Montalegre são as principais proveniênc­ias dos presuntos. A maior parte é de cura natural, que inclui um período de salga e posterior secagem a temperatur­a fria e controlada. E não se vende nenhum com menos de 12 meses de cura. Mas também têm presuntos fumados. Os preços variam entre 14 euros e 26 euros o quilo. Pode pedir-se para fatiar quaisquer que estejam disponívei­s e até embalar em vácuo, para durar mais tempo nas melhores condições.

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