Evasões

Um rei diferente dos outros

- TEXTO CARINA FONSECA FOTOS ARTRUR MACHADO/GI

Adão Soares, que começou a pescar em criança, tornou-se no “rei dos congros”, tal a sua habilidade para apanhar esses peixes enormes e cheios de força. A história é dada a conhecer no seu museu privado, reaberto recentemen­te em Gondomar.

Adão Soares tinha cinco anos quando começou a pescar com o pai, no rio Douro. Estava sempre desejoso de ver chegar domingo, para irem juntos. Com o tempo, foi desenvolve­ndo as suas aptidões e, hoje, aos 71, é conhecido como o “rei dos congros” - peixes de grande porte que costumava capturar na zona de Aveiro, paciente, no cimo das rochas, madrugada dentro. Deve a alcunha sonante aos pescadores mais velhos com quem se cruzava nesse tipo de pesca, que iniciou há décadas, em São Jacinto. “Diziam: vem aí o rei dos congros! Porque eu tirava grandes e eles só tiravam pequenos. Andei quatro anos a estudar,

MUSEU ADÃO SOARES, REI DOS CONGROS Rua Adão Soares, “Rei dos Congros”, 495, S. Cosme, Gondomar Tel.: 967 163 214 Web: instagram. com/reidoscong­ros Das 14h às 18h, ao sábado, domingo e feriados (noutros horários, só por marcação) Preços: bilhete, 2,50 euros; crianças dos 6 aos 12 anos, 1 euro (grátis para menores de 6 anos)

a ver de que é que os congros mais gostavam”, conta. O resultado foram iscos feitos com diferentes qualidades de peixe envoltas em meias de vidro, as “bonecas”.

O maior congro que Adão apanhou pesava 30 quilos e media mais de dois metros. O feito está registado em fotografia, uma de muitas expostas no museu particular que abriu, em 2011, em Gondomar, na rua que já então levava o seu nome. O Museu Adão Soares, Rei dos Congros mostra alguns exemplares embalsamad­os, artigos de jornais e revistas, troféus de pesca desportiva e outras curiosidad­es. Antes da pandemia, questões de saúde levaram o mentor do museu a encerrá-lo temporaria­mente. Reabriu em julho passado, com a mesma missão: dar a conhecer um percurso de vida indissociá­vel da pesca ao congro. “Trabalhei dia e noite para fazer isto”, diz o “rei” sobre aquele equipament­o muito sonhado. Tem ainda outro título: quando trabalhava na EDP, como montador de linhas de alta tensão, chamavam-lhe “canário dos fios”, por ser alegre e gostar de cantar.

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