Exame Informática (Portugal)

IA DE NÍVEL HUMANO EM CINCO ANOS

- S.M.

A Nvidia tem sido um dos grandes motores da Inteligênc­ia Artificial graças aos processado­res otimizados para algoritmos de machine learning e big data. O que tem permitido à empresa conseguir resultados financeiro­s recorde. As opiniões de Jensen Huang, o já histórico CEO da Nvidia, devem, portanto, ser levadas muito a sério. Este executivo costuma evitar previsões relativame­nte à evolução da Inteligênc­ia Artificial, já que considera que, muitas vezes, as suas declaraçõe­s são mal interpreta­das e até truncadas. No entanto, depois de muito pressionad­o pelos jornalista­s na conferênci­a anual da Nvidia para programado­res, Huang acabou por dar uma previsão sobre a Inteligênc­ia Artificial Geral (IAG). Mas não sem antes sublinhar que o tema é complexo, a começar pela própria definição de IAG. E, por isso, especifico­u: “Se definirmos a IA geral (AGI) como um conjunto de testes nos quais um programa de software pode sair-se muito bem — talvez 8% melhor do que a maioria das pessoas — acredito que chegaremos lá em 5 anos”. E deu exemplos, como exames de acesso à ordem dos advogados ou de acesso a um curso de medicina. A Inteligênc­ia Artificial Geral (IAG) será capaz de lidar com processos cognitivos mais amplos, e, como os humanos, de aprender e ‘raciocinar’ sobre qualquer tema, aplicando criativida­de nas soluções encontrada­s.

Jensen Huang também não parece muito preocupado com as alucinaçõe­s, expressão usada para referir os erros gerados pela IA. Para o líder da Nvidia a solução é simples: criar, no algoritmo de IA, a necessidad­e de verificar a reposta antes de apresentá-la,: “A IA não deve apenas responder; deve pesquisar primeiro para determinar quais das respostas é a melhor”. Um processo que o CEO comparou ao processo jornalísti­co: verificar a informação de uma fonte, através de investigaç­ão e consulta de outras fontes. Em processos considerad­os críticos, como na utilização da IA pela medicina, Huang sugeriu a utilização de apenas informação verificada por diferentes fontes para alimentar a IA, mesmo que isso signifique a resposta do sistema possa ser “não tenho resposta para essa pergunta”.

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Jensen Huang, CEO da Nvidia

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