MUITO POR POUCO
HONOR 90 LITE €269,90
Não é exagero se dissermos que este smartphone tem tudo aquilo que seria desejável nesta gama de preço. Senão vejamos. Tem um aspeto elegante e irreverente. Apesar de a construção ser em plástico, gostamos do perfil muito fino do smartphone, da retitude das laterais que ajudam a agarrar o dispositivo com firmeza e dos cantos bastante arredondados. A isto junta-se um módulo de câmaras fotográficas muito peculiar (o design é chamativo e pomposo, dá um ar mais ‘caro’ ao smartphone, se é que nos fazemos entender) e a aposta em cores garridas, com a nossa unidade de testes a ser um azul claro cintilante, talvez seja extravagante demais para uns, mas é seguramente vistoso. O que certamente será da concórdia de todos é a leveza assinalável do equipamento.
Já o ecrã, de margens finíssimas, apresenta uma resolução muito boa, mostrando os diferentes conteúdos com elevada nitidez, bom nível de recorte dos elementos e também cores saturadas, ainda que o perfil seja um pouco artificial. O nível de brilho ajuda a tornar os conteúdos mais fortes visualmente, incluindo fora de portas. Os contrastes, mesmo não sendo detalhados, são bons para o smartphone que é. Já ao nível de som, a experiência é meramente satisfatória.
SALTO NA FOTOGRAFIA
No desempenho, temos o que consideramos ser uma performance muito boa para este nível de preço. A abertura de aplicações é rápida q.b. e a troca entre apps também se faz de forma fluída. Aliás, a experiência do lado do software parece ser bastante ‘leve’, o que contribui de forma positiva para esta maior sensação de agilidade. E tal como a SPC, a Honor permite usar um pouco do armazenamento interno para aumentar a RAM do dispositivo, o que torna sobretudo o uso de várias aplicações em simultâneo mais fazível. E apesar de não haver portentos neste nível de preço, a verdade é que já conseguimos jogar uma variedade de jogos muito boa e de forma confortável, como são exemplos as aplicações Mighty Doom e The Walking Zombie 2.
Na fotografia, conseguimos captar imagens com um bom nível de detalhe (aqui o sensor de 100 megapíxeis faz de facto diferença neste aspeto), também boas cores, com os contrastes fortes (sombras e contra-luz) a serem os elementos nos quais conseguimos resultados menos convincentes. Aliás, este é um bom exemplo daquilo a que tipicamente se chama democratização tecnológica: temos texturas, gradação de cor e até já uma versatilidade positiva (como zoom de duas vezes e câmara de ultra grande angular), algo que até há um par de anos era algo que esperávamos apenas de smartphones quase duas vezes mais caros. As selfies são convincentes, sobretudo pela forma natural como trata as cores. Já do lado negativo, uma desilusão é o equipamento só suportar gravações em Full HD a 30 fotogramas por segundo, quando seria desejável vídeos mais fluídos.
Se a tudo isto juntarmos uma autonomia de bom nível, para um dia e meio de utilização confortável, então de facto este smartphone entrega muito por pouco.
Uma última nota sobre o software. A Honor separou-se, há vários meses, da Huawei e isso significa que estes equipamentos têm os serviços Google disponíveis (como a Play Store, o YouTube ou o Google Maps). No entanto, não podemos deixar de sublinhar como é idêntica aos ‘antigos’ Huawei a experiência do software deste smartphone.
O HONOR 90 LITE DÁ-NOS UMA EXPERIÊNCIA MUITO COMPLETA ABAIXO DOS 300 EUROS. O ECRÃ E A CÂMARA DE 100 MP SÃO OS DESTAQUES