UM OLHO NOS JOGOS
ZTE NUBIA NEO 5G €269,90
Se dessem a escolher um destes quatro smartphones a um adolescente, algo nos diz que a tendência seria para o Nubia ser o eleito. E a razão é fácil de compreender: a marca consegue de forma muito simples dar-lhe um aspeto diferenciador. É que por baixo do plástico usado na traseira, a marca inclui um elemento decorativo, com um ar mecânico e futurista, e alguns elementos reflexivos, que alguém mais fã de desenhos animados ou videojogos poderá achar atraente. A marca depois integra bem estes elementos com os módulos redondos das câmaras, dandolhes um acabamento dourado.
A escolha do design não é inocente, já que este é um smartphone da Nubia, a submarca de dispositivos mais orientados para videojogos da ZTE. Ou seja, é um claro piscar de olho a um nicho de mercado. E tipicamente os smartphones de gaming são caros, com este modelo a custar menos de €300. Tentador, certo? A verdade é que em termos de desempenho gráfico, este foi de facto o equipamento que nos deu os melhores resultados nos testes. Conseguimos jogar aplicações como Brawl Stars e Real Racing 3 de forma fluída. A aposta num dispositivo para videojogos faz-se sentir também no software, com a existência de um menu dedicado para funções de jogo (como escolher o desempenho máximo ou um perfil mais equilibrado, ou controlar a luminosidade). Existe ainda uma pequena secção de extras que nos permite, por exemplo, adicionar um apoio de mira ao ecrã, para uma maior precisão em jogos de tiros. E também notámos que o smartphone consegue manter a temperatura estável, aquecendo pouco mesmo quando está sob grande pressão gráfica, o que é um bom indicador.
ALGUMA INSTABILIDADE
O ecrã dá-nos uma boa qualidade de visualização, com destaque para a reprodução de cores de perfil mais natural e menos berrantes, mas que também significa que tem menos brilho do que o Redmi, por exemplo. Já a resolução e consequente nitidez estão ao nível do Honor. É por isso um equipamento que garante uma boa experiência de visualização de vídeos e jogos, o que é acompanhado de um sistema de som com volume, já detalhado, ainda que com tendência para os agudos.
Na fotografia, os resultados são competentes. Conseguimos captar imagens com um bom nível de detalhe e cores naturais, mas sentimos alguma dificuldade em fotografias de maior contraste e contra-luz. E nas selfies há uma clara falta de nitidez nas fotografias. Além disso, as duas câmaras deste
Nubia dão-nos uma utilização menos versátil do que aquilo que conseguimos no Honor e no Redmi, por exemplo. Não temos câmara ultra grande angular e o desempenho em fotografia com zoom deixa um pouco a desejar. Daí que apesar de ser mais ‘rápido’ em jogos, não tenha uma nota tão elevada no desempenho global.
A área na qual este smartphone nos deixa claramente de pé atrás é ao nível do software. A ZTE usa uma versão personalizada do Android, o MyOS, mas é algo instável. Além de a experiência de utilização não ser tão fluída como nos outros equipamentos (apesar de até ter melhores indicadores de desempenho), encontrámos erros de software em aplicações como o YouTube, com os vídeos a reproduzirem de forma engasgada em algumas situações.
Por fim, uma última palavra para a autonomia, com este equipamento a dar-nos um dia de utilização.
UM SMARTPHONE DIRECIONADO PARA OS FÃS DE VIDEOJOGOS, NO ESTILO E NO SOFTWARE. APESAR DE COMPLETO, A PROPOSTA É MENOS COMPETITIVA