CRONOLOGIA DE UMA RODAGEM APOCALÍPTICA
Um tufão, um ataque cardíaco, uma guerra civil – e, ainda assim, 250 horas de filme.
Em Fevereiro de 1976, Coppola
e a família instalam‑se nas Filipinas que, em Apocalypse Now, fazem a vez de Vietname.
Após uma semana de rodagens, Coppola decide substituir o protagonista. O papel que havia sido dado a Harvey Keitel é entregue a Martin Sheen.
Os helicópteros Huey cedidos pelo governo filipino abandonam as filmagens repentinamente para combater forças rebeldes.
No livro Coppola’s Monster Film: The Making of Apocalypse Now, lê‑se que, no seu 37.º aniversário, Coppola deu uma festa para três centenas de pessoas, que consumiram centenas de hambúrgueres e cachorros quentes que chegaram, de avião, diretamente de São Francisco – 8 mil dólares só em custos de envio e impostos. O mesmo livro documenta que, a certo ponto, Coppola se mudou para Hidden Valley, uma casa de luxo
num resort que ficava no interior de um vulcão inativo.
Em maio de 1976, o tufão Olga atinge as Filipinas, mata cerca de
200 pessoas e destrói vários cenários do filme. Nessa altura, o filme já estava seis semanas atrasado e atingiria, pouco depois, um excedente de 3 milhões de dólares, encargo que a distribuidora United Artists aceitou suportar. Ainda assim, sairiam 16 milhões diretamente do bolso de Coppola, que hipotecou tudo o que tinha para finalizar a obra. O filme que, inicialmente, estava orçado em
cerca 13 milhões, acabou a atingir os 31,5 milhões de dólares. Numa madrugada em março de 1977, Martin Sheen tem um ataque cardíaco quase fatal – que o leva a afastar-se das filmagens durante
cinco semanas.
Marlon Brando chega às rodagens com 40 quilos a mais. Está a ser pago a peso de ouro: 3,5 milhões de dólares por três
semanas. Só ao fim de 238 dias de filmagens é que Coppola consegue fechar Apocalypse Now. Sai das Filipinas com 250 horas de película revelada.