UMA SÉRIE NEGRA NUM PAÍS SOALHEIRO
A série Sul “nasce com uma grande paixão pelo noir” aliada à vontade de se fazer “um ‘filme’ português e lisboeta” – “Porque isso não tem nada de negativo. Lisboa é uma cidade super sexy para se filmar”, assegura o realizador. “A grande questão que se pôs foi: como é que poderia ser noir e soalheiro?” Descobriram, pouco depois, que o que procuravam já tinha sido apelidado “noir mediterrânico”, género com cores mais quentes e que recorre ao sol para a criação de contraste. Ainda assim, a ambiência inicialmente desejada sofreu alterações, confidencia entre risos. “Queríamos usar o calor de agosto em Lisboa. Mas quando começámos a filmar, estava um frio de morte.
E eu disse ao produtor: ‘Ó Edgar, a malta vai estar a tiritar, a fingir que está a suar. Não vai dar.’” Abafou-se a coisa à mesma, mas não literalmente. Em Sul encontramos “um País abafado pela crise, pela troika, por banqueiros”.