COMO A ISLÂNDIA LIMPOU A CASA
A crise financeira global de 2008 chegou a todo o lado, mas se houve nação onde se abateu com uma força desigual tendo em conta a dimensão do País foi a Islândia. A moeda local, a coroa, foi por ali abaixo, o desemprego disparou e o mercado bolsista foi praticamente eliminado. A forma como os islandeses responderam à catástrofe financeira é que foi diferente do que seria de esperar. Ao contrário de outras economias ocidentais, o Governo de Reiquejavique não esteve com meias medidas e deixou cair os seus três grandes bancos – o Kaupthing, o Glitnir e o Landsbankinn
– ao mesmo tempo que foi atrás dos banqueiros que, para sermos simpáticos, foram no mínimo imprudentes. Uma série de executivos de topo da banca local foram presos e nem o primeiroministro à altura, Geir Haarde, escapou à fúria viking e enfrentou os tribunais, mesmo que depois acabasse por ser ilibado de negligência criminosa.
Para um pequeno país com pouco mais de 300 mil habitantes, o setor financeiro era claramente desproporcionado. Os bancos valiam 10 vezes mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) e 20 vezes mais do que o orçamento do Estado. Ou seja: não eram demasiado grandes para falhar, eram demasiado grandes para resgatar e, no espaço de três dias, caíram como um castelo de cartas. Nos primeiros dias de outubro de 2008, mais rapidamente do que demora a dizer Eyjafjallajökull, a Bolsa islandesa entrou em colapso e, de um dia para o outro, 80% do mercado foi arrasado, deixando grande parte das empresas locais tecnicamente falidas.
A ira apoderou-se, naturalmente, dos islandeses, que saíram para a