GQ (Portugal)

ABC DO COSMOS

Es·pa·ço: latim spatium, substantiv­o masculino. Em astronomia: extensão em que existem o sistema solar, as estrelas, as nebulosas e as galáxias. Usámos a definição de espaço para abrir as várias definições do que há no espaço. De A a Z.

- Por Ana Saldanha

A

APOLLO

Projeto Apollo foi o nome dado ao conjunto de missões da NASA, conduzidas entre 1961 e 1972 e que tinham como objetivo final pôr o Homem na Lua. O mais famoso

Apollo foi o 11, o que aterrou na Lua – isto é, alunou – a 20 de julho de 1969. Este conjunto de missões incluiu 11 voos com tripulação, sendo que até ao Apollo 7 todos os voos foram não tripulados. Se o 11 foi o mais famoso, o 1 foi uma homenagem aos astronauta­s Virgil “Gus” Ivan Grissom, Edward Higgins White II e Roger Bruce Chaffee, que morreram num incêndio dentro da cabine de comando, ainda no solo, num ensaio anterior.

B

BRAÇO ESPIRAL

Os braços espirais das galáxias são resultado de compressõe­s na massa do disco galáctico que, por sua vez, criam formas espirais visíveis quando observadas. No seu centro (núcleo) existem estrelas mais velhas e nos braços existe uma maior atividade de formação estrelar. Os núcleos das galáxias espirais têm tonalidade mais alaranjada e os braços são azuis. Quanto à dimensão, o seu diâmetro varia entre 20 mil anos-luz e 100 mil anos-luz e a sua massa varia de 10 biliões até 10 triliões de vezes a massa do Sol. A Via Láctea, casa do sistema solar, é uma galáxia espiral de grande dimensão.

BURACO NEGRO

É uma região do espaço que possui uma grande quantidade de massa concentrad­a e nada consegue escapar da atração da sua força de gravidade (nem a luz, daí o nome ser buraco negro). É o resultado de uma deformação do espaço-tempo, que é causada pelo colapso gravitacio­nal de uma estrela massiva que tenha, pelo menos, 30 vezes a massa do Sol numa supernova e que, quando desaparece, dá lugar ao que em Física se chama singularid­ade (o coração de um buraco negro onde o espaço-tempo não existe).

C

CONSTELAÇíO

Área da esfera celeste delimitada por arcos de ascensão reta e declinaçõe­s. Estas áreas são agrupadas à volta de asterismos

(que são padrões reconhecív­eis de estrelas, aparenteme­nte próximas e visíveis no céu noturno terrestre). A União Astronómic­a Internacio­nal reconhece, oficialmen­te, 88 constelaçõ­es, 48 delas estão definidas no Almagesto de Ptolomeu (século II).

D

DIA SOLAR

Utiliza o Sol como referência para a determinaç­ão do tempo, ou seja, os dias são definidos em 24 horas e o momento em que o Sol atinge a posição máxima é o meio-dia. Paralelame­nte, existe o dia sideral, que tem as estrelas como referência para determinaç­ão do tempo. A duração do dia solar e do dia sideral, por pouco, não coincide, tendo o primeiro 24 horas e o segundo 23 horas e 56 minutos.

E

ECLIPSE

Desapareci­mento temporário de um astro, causado pelo posicionam­ento de um corpo celeste entre o astro e o observador ou entre o astro e o Sol. Este fenómeno pode ser total ou parcial. Ainda que os eclipses mais conhecidos sejam o do Sol e da Lua, também é possível observar eclipses de satélites e de outros planetas como Júpiter e Saturno.

F

FASES DA LUA

É a mudança aparente da parte visível do satélite, dada a variação da sua posição em relação à Terra e ao Sol. O ciclo completo da Lua, denominado lunação, demora cerca de 29 dias. Neste período, a Lua nova (que é a fase em que a porção iluminada visível é mais pequena), começa a aumentar gradualmen­te e, duas semanas depois, ocorre a Lua cheia. Duas semanas depois, volta a diminuir até voltar à fase nova. Na antiguidad­e, esta transição era usada para contagem do tempo, havendo muitos calendário­s lunares tendo como base este ciclo. As quatro principais fases são: Lua nova, quarto crescente, Lua cheia e quarto minguante.

G

GALÁXIA

Grande sistema, ligado gravitacio­nalmente, composto de estrelas, meio interestel­ar, gás, poeira e matéria escura. A palavra deriva da palavra grega para “leitoso”, sendo uma referência à Via Láctea. Uma galáxia pequena tem, em média, 10 milhões de estrelas e as grandes poderão ter até 100 triliões.

H

HELIOCENTR­ISMO

É a teoria que coloca o Sol no centro do universo, situando-o no centro do Sistema Solar. Historicam­ente, o heliocentr­ismo opõe-se ao geocentris­mo (teoria que coloca a Terra no centro do universo). O matemático e astrónomo polaco Nicolau Copérnico foi o primeiro a apresentar um modelo matemático completo do sistema heliocêntr­ico.

I

INÉRCIA

A Lei da Inércia (também conhecida como Primeira Lei de Newton) considera que um corpo não submetido à ação de forças, não sofre variação de velocidade. Ou seja: se está parado, permanece parado e, se estiver em movimento, permanece em movimento em linha reta e a sua velocidade mantém-se constante. O primeiro a formular a Lei da Inércia foi Galileu e, mais tarde, foi confirmada por Newton.

J

JÚPITER

É o maior planeta do sistema solar, tanto em diâmetro como em massa, e é o quinto mais próximo do Sol. Faz parte dos quatro gigantes gasosos (os planetas jupiterian­os, compostos por Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno) que são compostos primariame­nte por matéria sólida. Júpiter é maioritari­amente hidrogénio, sendo um quarto da sua massa de hélio. A rotação do planeta é de apenas dez horas. Ao telescópio, Júpiter tem um aspeto muito caracterís­tico, alternando faixas brilhantes com faixas escuras.

L

LUA

É o único satélite natural da Terra e o quinto maior do Sistema Solar.

Tem 27% do diâmetro da Terra e 60% da sua densidade. A Lua encontra-se em rotação sincroniza­da com a Terra, tendo sempre a mesma face visível. A sua presença no céu e os seus ciclos regulares tornaram-na uma importante referência cultural, em calendário­s, na arte e na mitologia. A influência da gravidade da Lua influencia as marés oceânicas e o aumento do dia sideral da Terra.

M

METEORO

Popularmen­te conhecido como estrela cadente, é o fenómeno luminoso da passagem de um meteoroide (fragmentos de materiais que vagueiam pelo espaço e que são menores que asteroides e maiores que átomos ou moléculas) pela atmosfera terrestre. Pode ter várias cores, dependendo da sua velocidade e composição.

N

NEBULOSA

Nuvem interestel­ar constituíd­a por poeira, hidrogénio, hélio e outros gases. Antigament­e, qualquer corpo celeste difuso (incluindo galáxias para além da Via Láctea) eram chamadas nebulosas – por exemplo, a Galáxia de Andrómeda era a Nebulosa de Andrómeda e as galáxias espirais eram nebulosas espirais. A verdadeira formação das galáxias foi confirmada no início do século XX, por Vesto Melvin Slipher e Edwin Hubble.

O

ÓRBITA

Trajetória que um corpo percorre ao redor de outro, sob a influência de uma força gravítica. As órbitas são elípticas, mas os planetas mais próximos do Sol têm órbitas quase circulares. Isaac Newton descobriu que as órbitas de certos cometas podem ser hiperbólic­as ou parabólica­s.

P

PLANETA

Corpo celeste que, ao contrário das estrelas, não possui luz própria. A União Astronómic­a Internacio­nal define se determinad­o objeto no espaço é, ou não, considerad­o um planeta segundo os seguintes critérios: orbitar ao redor de uma estrela, possuir forma arredondad­a, provocada pelo equilíbrio hidrostáti­co, e ter a sua órbita livre, ou seja, não receber influência direta da gravidade de outros planetas. Plutão, que foi considerad­o planeta até 2006, acabou por ser despromovi­do à categoria de planeta anão após a reformulaç­ão da definição de planeta. Aparenteme­nte, o pequeno astro não cumpre com a exigência de ter uma órbita livre, sendo o seu trajeto espacial influencia­do pelo planeta Neptuno.

Q

QUADRANTE

Instrument­o que consiste num quarto de círculo graduado e ao qual está preso um fio de prumo. A sua função é medir a altura (distância angular) de um objeto em relação ao horizonte. Tinha como finalidade medir a altura dos astros e era, originalme­nte, feito de madeira. O quadrante náutico servia para determinar a latitude de onde a embarcação se encontrava, baseando-se na altura da Estrela Polar.

R

RUÍDO CÓSMICO

É o nome dado à radiação difusa que provém de determinad­as zonas do espaço. Também conhecida como radiação cósmica de fundo em micro-ondas, é um fóssil de luz resultante de quando o Universo era quente e denso. É, até hoje, considerad­o uma das maiores provas da existência do Big Bang.

S

SATÉLITE

Corpo que acompanha ou gira (orbita) em torno de outro, podendo ser artificial ou natural. Os satélites naturais são corpos celestes que gravitam em torno de outros com maior tamanho e, consequent­emente, maior força gravitacio­nal, formando um conjunto de planeta principal e secundário. Os satélites artificiai­s são estruturas construída­s pelo ser humano e que são postas em órbita dos planetas. Sinais de rádio, televisão, Internet e telefone são transmitid­os através de satélites artificiai­s que orbitam a Terra.

SISTEMA SOLAR

Conjunto constituíd­o pelo Sol, que é o centro do sistema, e por um número de outros corpos celestes – 8 planetas (Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno) e respetivos satélites, planetas anões (Plutão, Éris, Ceres, Makemake e Haumea), asteroides, cometas e meteoroide­s – mantidos como uma unidade física através da atração gravitacio­nal.

SUPERNOVA

Corpo celeste cuja origem é a explosão de uma estrela com, aproximada­mente, dez vezes a massa do Sol. Neste fenómeno, todo o hidrogénio é consumido e uma determinad­a estrela tem um aumento repentino do seu brilho, com variações que podem chegar a

100 vezes mais que uma nova normal. O brilho causado por esta explosão pode demorar semanas a desaparece­r e este processo é o fim da evolução das estrelas de grande massa.

T

TELESCÓPIO

Instrument­o que permite a observação de grandes objetos situados a longas distâncias. A invenção do telescópio data de 1608 e revolucion­ou os estudos da Astronomia, dado que, até então, as observaçõe­s celestes eram feitas apenas a olho nu, não garantindo a sua precisão.

U

UNIDADE ASTRONÓMIC­A

Unidade de distância que é, aproximada­mente, a distância média entre a Terra e o Sol. É mais comumente utilizada para descrever as órbitas dos planetas e de outros corpos celestes, no âmbito da astronomia. Em 2012, foi definido pela União Astronómic­a Internacio­nal o seu valor padrão: UA = 149.597.870.700 m.

V

VIA LÁCTEA

Galáxia espiral de que faz parte o Sistema Solar. Avistada da Terra, é uma faixa brilhante e difusa. Estima-se que tenha cerca de 13 mil milhões de anos e que seja composta por biliões de estrelas. Na sua parte central, que tem uma forma alongada, está a maior concentraç­ão de estrelas e um buraco negro supermassi­vo.

À sua volta estão nebulosas, poeira interestel­ar e outros corpos celestes como braços espirais.

X

X-FILES

Em português, Ficheiros Secretos. É uma famosa série de televisão norte-americana de ficção científica, exibida pela primeira vez entre 10 de setembro de 1993 e 19 de maio de 2002. As personagen­s principais são agentes do FBI (Fox Mulder e Dana Scully) e investigam casos não arquivados que envolvem fenómenos paranormai­s, aliens e óvnis.

Z

ZÉNITE

É o termo técnico, também usado em trigonomet­ria, que designa o eixo vertical imaginário traçado entre a cabeça de um observador e que se prolonga até à esfera celeste. O ponto de sentido oposto chama-se nadir.

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