PIADAS DE CINCO ANOS
Por mais terrível que seja a ditadura, será sempre incapaz de matar o humor. Quando muito, torna-o mais refinado e menos óbvio, uma forma de libertação do repressivo dia a dia. Ao contrário do preconceituoso mito que reza que os alemães são um povo desprovido de humor – “Alguém sabe dizer o nome de um humorista alemão? Não, porque ele não existe…” –, os cidadãos da RDA eram um povo bastante jocoso e famoso pelas suas piadas políticas, apropriadamente chamadas “piadas de cinco anos”, referência aos famosos planos quinquenais que governavam a economia e porque, segundo a anedota, quem as dissesse podia ser preso por três anos, e quem delas se risse apanhava dois anos. Alguns exemplos: • “Como é que se mede a velocidade de um Trabant?
Com um diário.”
• “Um professor pergunta ao pequeno Fritzie: ‘Porque é que estás sempre a falar dos nossos irmãos soviéticos? São amigos soviéticos!’ Resposta do Fritzie:
“Bem, os amigos podemos escolhê-los…” • “Porque é que os agentes da Stasi dão tão bons taxistas? Porque quando entramos no carro eles já sabem o nosso nome e onde vivemos.”
• “Porque é que os agentes da Stasi trabalham sempre em grupos de três? Porque é preciso um para ler, outro para escrever e o último para vigiar os dois intelectuais.”
• “O que aconteceria se o deserto se tornasse um país socialista? De início, nada, depois a areia começava a escassear.”
• “Qual é a melhor característica do Trabant? Tem um aquecedor na traseira para aquecer as mãos quando estamos a empurrá-lo.”
• “Dois condenados na prisão política de Bautzen falam sobre as suas penas. ‘Quanto tempo apanhaste?’ ‘Cinco anos’ ‘E o que fizeste?’ ‘Nada.’ ‘Impossível! Por nada apanhas 10 anos!’”
• “Porque é que não há assaltos a bancos na RDA? Porque é preciso esperar 15 anos pelo carro de fuga.”