GQ (Portugal)

GROOMING

Para quem está a pensar deixar as lâminas e render-se às máquinas de barbear, a GQ foi descobrir todos os truques dos barbeiros para fazer escolhas acertadas – no equipament­o e no ato de barbear.

- Por Joana Moreira

Está na hora de investir na sua barba – ou nas máquinas que a vão deixar no ponto.

Conhecer as máquinas

Edgar Sousa, barbeiro da Special One Barbershop, em Carcavelos, acredita que dominar o que vai manusear é meio caminho andado para uma boa compra: “Convém conhecer algumas máquinas. Hoje em dia há máquinas com várias funcionali­dades, vários pentes, têm a parte de trás para fazer as patilhas, para acertar o bigode, para acertar por cima do lábio, para tirar os pelos do nariz .... Há máquinas cada vez mais sofisticad­as. Mas aquilo que o homem deve conhecer é o artigo que vai utilizar, as medidas da máquina e depois começar a funcionar com ela.”

Comprar pela primeira vez

Para quem não possui ainda nenhum tipo de aparelho, João Mário, barbeiro na Lisbon’Style, em Alvalade, “aconselhar­ia uma máquina que tenha vários pentes ou várias alturas, para que consiga trabalhar a máquina e perceber o compriment­o ideal”. “Há máquinas para corte e acabamento, por isso se calhar uma máquina dessas, que é mais versátil, ou seja, que consegue baixar o compriment­o que pretende e definir as linhas com precisão [é a mais indicada].”

Ter o tipo de barba em mente

O ideal é comprar a pensar na forma como usa a barba. Para os indecisos, a escolha pode recair numa máquina com pentes. “Há

máquinas que vêm com três pentes, pente 1, 2 e 3, que equivalem a 6, 8 e 12 milímetros de compriment­o de cabelo. Claro que não pondo pente nenhum ela fica a zero e corta a barba, mas nunca se fica completame­nte sem pelo, ela corta a barba como se tivesse a tal chamada ‘barba de um dia’. Depois há as máquinas que vêm só com os pentes, mas que não têm a funcionali­dade de rapar, é só mesmo para acerto”, explica Edgar Sousa.

Cortar tudo tudo tudo

Foi você que pediu pele de bebé? Se o objetivo é uma pele suave e sem ponta de pelo à vista, Edgar recomenda um tipo de máquinas: “As máquinas novas, de três cabeças, com as três bolinhas. Encosta-se ao rosto e é mesmo para limpar, é como se ficasse com pele de bebé.”

Ter “barba de dois dias”

Quando o propósito é este, o ideal é “uma máquina de barbear sem shave, ou seja, uma máquina normal das pequenas que tenha os três pentes, 1, 2 e 3”. “Porque com os pentes consegue-se sempre fazer o tamanho que se pretende”, justifica o barbeiro.

Fazer patilhas

No que toca a esta zona específica do rosto também há equipament­os mais apropriado­s do que outros. “Deve procurar uma máquina de barbear pequena, que permita fazer os contornos, agora as melhores máquinas até já trazem essa função, na parte de trás. Tem uma patilhazin­ha que se levanta e com a qual se pode fazer isso”, diz Edgar.

Acabar com os géis e as mousses

Aquele que era um produto obrigatóri­o na rotina com uma lâmina passa a deixar de ser. “Primeiro, porque nem todas as máquinas podem ser usadas com água”, alerta o barbeiro de Carcavelos. “Há agora máquinas novas com essa função, que já podem ser utilizadas com água, mas nunca com gel de barbear. Os géis e as mousses servem mesmo para fazer a barba com lâmina, isto porque estamos a amolecer a pele, a deixar os poros mais abertos para quando a lâmina passar.”

Dizer adeus aos cortes

Não é mito: deixar as lâminas é dizer adeus ao sangue no lavatório. “Usar uma máquina em vez de uma gilete é uma forma de prevenir cortes”, assegura Edgar. “Todos os homens, e isto é geral, conseguem sempre fazer um lado da barba melhor do que o outro. Uma pessoa destra vai sempre fazer o lado esquerdo da barba melhor, porque o ângulo da mão é mais largo e não tem a mão tão fechada. Se for esquerdino vai sempre fazer melhor do lado direito. Geralmente as máquinas de barbear servem para prevenir e há menos acidentes”, garante o barbeiro.

Pensar no sentido do pelo

Conhece mesmo a sua barba? Se tem tendência para se cortar, o mais provável é que a resposta seja negativa. “Convém saber o sentido do cabelo”, explica Edgar. “O comum é que ele cresça de cima para baixo, mas há pessoas cujo cabelo cresce de cima para baixo nas bochechas, mas que na zona do queixo cresce da esquerda para a direita, ou da direita para a esquerda. E na parte de baixo há pessoas que têm remoinhos, ou nas bochechas. Ou seja, não há uma regra. Mas, caso a pessoa tenha uma barba dita normal, a crescer de cima para baixo, convém fazer a barba de cima para baixo, no sentido do cresciment­o do pelo.” Por isso, é essencial perder alguns minutos em frente ao espelho a tentar perceber para que lado cresce o pelo.

Cortar„ molhado ou em seco?

O barbeiro João Mário esclarece: “Para cortar o tamanho do pelo é sempre com a barba seca.” No entanto, há cada vez mais marcas a lançar modelos que permitem a utilização com água. Em que ficamos? “Depende do tipo de barba que a pessoa queira usar, se for uma pessoa que se barbeie tirando completame­nte a barba, aí há diversos tipos de máquinas, e há quem goste daquela barba com pelo de um dia ou dois e passa sempre a máquina com pente zero, e aí aconselho a passar molhado.” Ou seja: o ideal é cortar com a barba seca, mas se for cortar a barba quase na totalidade e o aparelho for à prova de água, não há inconvenie­nte em cortá-la com os pelos molhados.

Esquecer as máquinas

Por mais diversific­ada que seja a oferta atual no mercado, quem tem uma barba longa e cuidada continua a beneficiar mais com um serviço de salão. Ambos os profission­ais concordam que “quem tem a barba assim vai a um barbeiro”.

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Edgar Sousa barbeiro da Special One Barbershop com as máquinas que utiliza

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