LICENÇA PARA ESTILAR
Alguma coisa estás a fazer bem quando, ao entrar na festa, cumprimentas o Jorge Corrula e ele te diz: “Eu já te vi com esse casaco, não vi?” Viu, pois (a moda agora é reciclar, Jorge, não podemos estar sempre a comprar roupa). “Sim, mas só o uso em ocasiões especiais, como esta”, respondo. O elogio rasgado (ao casaco, entenda-se) viria a seguir: “É da Boggi?”, pergunta, sem estar a brincar. “Não, ainda não tive oportunidade de vir à loja ver o que há, é hoje a minha estreia.”
Digo-o com uma certa pena. Se há lugar onde se encontra facilmente casacos, blazers, coletes ou camisas que apresentam um extraordinário equilíbrio entre a herança clássica de Saville Row – quem diz Saville Row, diz da escola de corte italiana, claro – e a frescura da contemporaneidade elegante é aqui neste espaço.
A maioria dos convidados presentes, embora com estilos diversos, tendia para encaixar no perfil de quem veste Boggi Milano – ou de quem poderia vestir –, sendo que Ruben Rua vestiu mesmo. Não obstante, houve quem apresentasse um, como se usa dizer agora, “estilo disruptivo”, que é uma descrição abreviada para “não levaram camisa” – mas estavam todos com estilo.