GQ (Portugal)

EDITORIAL

- Diretor GQ Portugal José Santana

José Santa aproveita para fazer um rescaldo da gala dos MOTY e para refletir acerca das relações sociais no presente.

Cruzeiro Seixas subiu ao palco o ano passado para receber o prémio na categoria de Arte e disse: “O sonho é sempre maior que o homem.” Lembrei-me desta frase mais do que uma vez nos últimos dias.

Os GQ MOTY (Men Of The Year) Awards tornaram-se maiores do que nós. É uma espécie de milagre que acontece desde há sete anos, só possível graças ao orgulho e à dedicação de toda a equipa da GQ por este evento. Além da GQ, também a equipa da Vogue se envolveu nesta edição dos MOTY. A toda a equipa LightHouse (GQ & Vogue) o meu mais profundo obrigado.

Desde o início que o que mais me atraiu nestes prémios foi o serem tão ecléticos. Na mesma sala juntamos um cientista com um top model, ou um artista plástico com um comediante. Este ano foram nomes como José de Guimarães e Taylor Hill, ou Miguel Guedes de Sousa e Pedro Teixeira da Mota. O resultado foi uma noite repleta de emoções, com discursos tão fortes como o de Hugo Messias, cujas palavras sobre o estado do Observatór­io Astronómic­o de Lisboa tocaram toda a audiência. Resultado: já houve pessoas que mostraram querer ajudar, contribuin­do para a melhoria do estado de conservaçã­o dessa uma pérola do nosso património.

O prémio de Herói Nacional coube ao médico José Manuel In-Uba, que foi aplaudido de pé por toda a plateia pelo o seu trabalho humanitári­o na Guiné-Bissau. Dino D’Santiago falou de uma Lisboa multicultu­ral e teve um dos momentos altos da noite. Maria Miguel, Daniel Oliveira, a dupla Alves/ Gonçalves, Afonso Reis Cabral, Ângelo Girão, Sean O’Pry e Rachide Embaló foram os outros galardoado­s da noite. A todos eles, em nome de toda a equipa, os meus parabéns pelo ano de excelência que tiveram e por esta justa distinção.

Numa ditadura dos likes das redes sociais, precisamos urgentemen­te de voltar a lembrar-nos de que a quantidade nem sempre quer dizer qualidade. E estes prémios lembram-nos isso mesmo. Premiados com milhões de seguidores cruzam-se com outros que nem sequer têm redes sociais.

Numa era em que a inteligênc­ia artificial irá começar a invadir cada recanto das nossas vidas, precisamos não só de nos unir, mas de exaltar as nossas melhores qualidades como seres humanos. Afinal é disso de que se tratam estes prémios, de distinguir seres humanos que deram o seu melhor, cada um na sua área. E, mais uma vez, o que ficou desta noite de chuva para quem nela participou, foi o seu enorme calor. O melhor calor de todos. O humano.

DESDE O INÍCIO QUE O QUE MAIS ME ATRAIU NESTES PRÉMIOS FOI O SEREM TÃO ECLÉTICOS

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