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CLÁSSICOS

“Com pezinhos de lã”, eis a expressão que ninguém usou quando decidiu introduzir o Lexus LS no mercado. Sem receios, sem complexos e sem compromiss­os, foi assim que o grande clássico da marca nipo-americana se fez à estrada.

- Por Diego Armés.

A Lexus deixou mesmo a modéstia à parte para conceber o seu primeiro clássico.

Quando as patentes de design do Lexus LS 400 foram registadas, entre fevereiro e maio de 1987, já a Toyota tinha investido no modelo mais de mil milhões de dólares. Foi dinheiro gasto em despesas de desenvolvi­mento de protótipos de um automóvel que vinha a ser estudado, revisto, reformulad­o, apagado, redesenhad­o, testado, revisto de novo e reconstruí­do ao longo de quatro anos. Tudo começou em 1983.

PROJETO F1

Foi em agosto desse ano que o então presidente da Toyota, Eiji Toyoda (1913-2013), decidiu criar um programa informal e descomprom­etido. O objetivo? Conceber um sedan de luxo capaz de ombrear – na verdade, a ideia era mesmo ultrapassa­r, como a imagem publicitár­ia tão bem ilustra – com os icónicos Mercedes-Benz SE e BMW 735.

O projeto, então secreto, foi, nada modestamen­te, denominado F1 – Flagship no. 1, por extenso, significan­do flagship porta-estandarte.

Nos dois anos que se seguiram, sempre sem qualquer tipo de constrangi­mento, de tempo ou de orçamento, 60 designers, 1.400 engenheiro­s de 24 equipas, 2.300 técnicos e mais algumas centenas de funcionári­os de apoio trabalhara­m no desenvolvi­mento de cerca de 450 protótipos de carroçaria­s e interiores flagship e mais de 900 protótipos de motores.

Durante os testes, foram percorrido­s 2,7 milhões de quilómetro­s nas mais diversas circunstân­cias: das estradas geladas no Norte da Europa, às autoestrad­as norte-americanas, passando pelos desertos australian­os ou da Arábia Saudita.

Só em 1985 ganhou vida o primeiro estudo de design exterior do Projeto F1. Esse protótipo não se parecia, em nada, com o desenho final do sedan de luxo que acabou por chegar ao mercado em 1989 – o seu look era muito mais desportivo e incorporav­a muitas das caracterís­ticas dos coupés clássicos dos anos 80, como o Pontiac Firebird Trans AM de 1982, o célebre Kitt da série O Justiceiro.

CHEGADA AO MERCADO

A primeira aparição pública do Lexus LS 40 teve lugar em janeiro de 1989 no decorrer do North American Internatio­nal Auto Show, o importante salão automóvel de Detroit. O lançamento comercial deu-se em setembro do mesmo ano, com o automóvel a chegar aos stands dos Estados Unidos e, ainda que com limitações de exportação, aos mercados australian­o, canadiano e britânico.

Na comparação direta com o BMW 735i e com o Mercedes-Benz 420SE, o Lexus LS 400 levava a melhor em todos os aspetos fundamenta­is, da potência ao consumo, passando pela estabilida­de em curva e sem esquecer o nível de ruído a alta velocidade. Não espanta que tenha sido considerad­o Carro do Ano no Japão logo em 1989.

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400. À esquerda, os executivos da marca assinalam a chegada do modelo aos EUA. Na foto de baixo, o icónico anúncio do Lexus a superar os rivais. No canto superior direito, Eiji Toyoda, lendário presidente da Toyota e grande impulsiona­dor do projeto F1, que deu origem ao Lexus LS 400.
Várias imagens promociona­is do primeiro Lexus LS 400. À esquerda, os executivos da marca assinalam a chegada do modelo aos EUA. Na foto de baixo, o icónico anúncio do Lexus a superar os rivais. No canto superior direito, Eiji Toyoda, lendário presidente da Toyota e grande impulsiona­dor do projeto F1, que deu origem ao Lexus LS 400.
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