GQ (Portugal)

Fernando Medina

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Se há hoje cidade glamorosa, essa cidade é Lisboa. Moderna, cosmopolit­a e genuína, eis algumas palavras que a podem descrever – não somos nós quem o diz, é Fernando Medina, o próprio, o presidente da Câmara Municipal da capital portuguesa.

Conversámo­s com o edil a propósito de mais uma edição da gala GQ Men of the Year no coração da cidade, em plena Avenida da Liberdade – desta vez no quase centenário Teatro Tivoli, que acolheu a festa no palco no dia em que completou precisamen­te 95 anos desde que as suas portas se abriram pela primeira vez, um tempo em que Lisboa buscava inspiração em grandes cidades como Paris. Hoje, servirá Lisboa como modelo a outras cidades? “Hoje temos uma notoriedad­e e um reconhecim­ento que não tínhamos há muitos anos”, diz Medina. “Lisboa é uma cidade global, com uma identidade própria e que, por isso mesmo, pode servir de inspiração a outras cidades.”

O presidente da câmara acrescenta que “o momento que estamos a viver é único e excecional”. No entanto, não nega que “podemos sempre aprender com outras cidades, há sempre coisas que se podem melhorar e é bom olhar para o que se faz e como se faz lá fora”, isto apesar de não precisarmo­s de copiar por ninguém.

Quisemos saber o que significam, para Lisboa, os GQ MOTY e Fernando Medina não se esquivou à pergunta. Enalteceu a gala porque esta “reconhece o mérito de pessoas de valor que se destacam nas suas áreas”, acrescenta­ndo que, para a cidade, “é ótimo estar associada a este evento, é um gosto poder fazê-lo aqui”.

Eventos, eventos em toda a parte. Lisboa acolhe cada vez mais eventos, muitos deles internacio­nais e de dimensões consideráv­eis. Há um no horizonte que merece especial atenção e um olhar rigoroso. É a Jornada Mundial da Juventude e chega à cidade em 2022. Espera-se que, nessa altura, rumem a Lisboa jovens de todo o mundo – na ordem dos milhões. Estamos preparados para algo desta dimensão? Fernando Medina diz que nos estamos a preparar “com grande alegria e enorme entusiasmo”. Medina ressalva a importânci­a do evento no sentido de buscar uma sociedade mais aberta e mais tolerante. O presidente da Câmara de Lisboa garante estar a trabalhar com o Patriarcad­o, com o Governo e com a Câmara de Loures não só para que o evento obtenha um grande êxito, mas também para garantir o legado das Jornadas. “Nós queremos que, por via das Jornadas, se proceda à requalific­ação de uma grande área” repartida entre os municípios de Lisboa e Loures, “uma área que vai hoje da zona norte do Parque das Nações e que passa depois o rio Trancão, já em Loures”. Medina quer que as Jornadas deixem um legado do mesmo modo que a Expo ‘98 deixou o seu. “Será um parque verde, uma zona verde.”

Deixando agora Lisboa e falando um pouco do seu presidente de câmara, queremos saber quem mais o inspira, que modelos segue enquanto políticos. “António Guterres, Vieira da Silva e António Costa”, responde com prontidão. Trabalhou com todos eles e a todos sublinha a “dedicação e a inteligênc­ia” enquanto principais qualidades. Se tivesse de escolher outra cidade para viver, que não Lisboa, não escolhia, recusava-se, “para viver com família, filhos, trabalhar, fazer a vida, só mesmo em Lisboa”, diz, com intransigê­ncia. Por fim, queremos saber se, enquanto portuense, se vê como presidente da Câmara do Porto. “Não. [Risos] Está bem entregue o Porto. E não quero criar um conflito diplomátic­o.”l

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