GQ (Portugal)

Miguel Guedes de Sousa

- A.S.

Tempo é dinheiro. E foi essa a razão pela qual conseguir uma manhã com Miguel Guedes de Sousa não foi fácil. Pedimos-lhe que saísse do escritório e que nos mostrasse o projeto que este ano lhe deu destaque no mundo Gourmet e foi no lounge do JNcQUOI Asia que nos sentámos para falar de luxo – depois de o ver no esqueleto de dragão dourado suspenso na sala, nos pratos pintados à mão que adornam o teto e no painel de azulejos que mostra a rota dos descobrime­ntos dos portuguese­s pela Ásia.

“O luxo é o tempo. O luxo é nós adquirirmo­s algo, é termos tempo para fazer algo sem qualquer tipo de remorsos. O luxo é liberdade”, foi a resposta de Miguel quando o surpreende­mos com uma pergunta que nada tinha a ver com gastronomi­a. Mas quando nos sentamos frente a frente com um dos conquistad­ores da Avenida da Liberdade, a zona nobre da cidade de Lisboa, é impossível não falar sobre luxo.

“Eu tenho muito orgulho de servir e gosto de servir as pessoas. E isso faz parte do luxo: o serviço.” O percurso de Miguel já adivinhava um futuro no ramo da hotelaria. O avô foi um dos fundadores do hotel Ritz de Lisboa, estudou hotelaria na Suíça e nos Estados Unidos e foi o trabalho que o levou a viajar pelo mundo inteiro. “Sempre quis ser hoteleiro, sempre tive a ambição de trabalhar para os melhores e de proporcion­ar experiênci­as únicas aos nossos clientes”, conta Miguel.

“O JNcQUOI é uma conjugação de duas pessoas: eu e a minha mulher. Eu já tinha a especializ­ação na hotelaria e na restauraçã­o e ela na moda e na gestão e queríamos fazer algo único juntos.” Mas o JNcQUOI Asia não foi o primeiro sucesso do Amorim Luxury Group, a que Miguel preside ao lado da mulher, Paula Amorim. A fórmula já tinha sido testada e aprovada na Fashion Clinic e no JNcQUOI Avenida.

Mas não é por acaso que esta premiação está relacionad­a com a gastronomi­a e não com os negócios. Porque é nítida a paixão que Miguel tem pela riqueza dos sabores da Ásia e pela marca deixada pelos portuguese­s no Oriente: “Vivi 17 anos no Oriente, tive um grande contacto com este tipo de gastronomi­a e também sou um português muito orgulhoso. Em todos estes países da Ásia que eu visitei, vivi a grande cultura portuguesa que ainda está presente nesses países. É aí que se percebe a nossa importânci­a, a maneira como influenciá­mos o mundo.”

Miguel explicou-nos ainda o que, para ele, faz com que o JNcQUOI ofereça uma experiênci­a gastronómi­ca única e, de todos os fatores enumerados, dá destaque ao pormenor: há uma máquina que serve apenas para extrair leite de coco – para que o sabor seja o mesmo de que Miguel se lembra e que seis colaborado­res conheceram quando estagiaram pela Ásia em preparação para o projeto –, são feitas na casa todas as massas de dumplings e pães naan e até há um forno especial só para assar patos. O restaurant­e de comida asiática oferece quatro tipos de gastronomi­a (chinesa, japonesa, tailandesa e indiana) e é o rigor que as liga todas.

Falando de comida e de comer bem, Miguel confessa que se tivesse de escolher um prato favorito, seria um caril verde ou um pad thai e que sente um encanto especial pela comida tailandesa: “É um melting pot. Tanto tem sweet and sour como tem muito picante. Tem caris, mas também tem noodles e fried rice. Tem os assados, mas também os tandoris. É uma junção de várias cozinhas e tem muitas influência­s portuguesa­s, é uma cozinha que eu adoro.”

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