GQ (Portugal)

JOGOS DE PODER

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“Nós lidamos com o discurso de ódio de uma forma muito ligeira. Os meus argumentos não precisam de ser grandes juízos críticos, eu posso simplesmen­te não gostar daquela

pessoa ou então entrar no movimento sem perceber muito bem o que está em jogo e cancelar a pessoa”, explica Dora. Mas nem sempre o cancelamen­to acaba no log out. No mês passado, a apresentad­ora britânica Caroline Flack suicidou-se no seu apartament­o enquanto aguardava julgamento por ter agredido o namorado – que acabou por voltar

atrás com a acusação. A Internet acusou a imprensa e os tribunais de criarem um julgamento-espetáculo, deixando a apresentad­ora sob escrutínio público e constantes críticas. O suicídio de Caroline tornou-se a bandeira para criação de leis mais apertadas para a imprensa britânica e a monitoriza­ção de publicaçõe­s de ódio nas redes sociais –

uma das petições para a Caroline’s Law já tem mais de 500 mil assinatura­s.

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